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As relações sempre fizeram parte da vida em sociedade, demarcando o lugar social dos indivíduos dentro de um sistema de poder que controla os grupos menos favorecidos, certamente o romance, O Quinze, de Rachel de Queiroz, expõe de forma material a exploração de alguns personagens sobre aqueles em situação de vulnerabilidade provocada pela torrente seca de 1915. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar a atuação das personagens da referida obra, atestando o poder dos personagens secundários sobre os protagonistas, que são marginalizados e explorados pelas classes dominantes. Este estudo se justifica pela relevância de observar os perfis das personagens periféricas, que se aproveitam da miserabilidade dos retirantes para explorar e tirar proveito diante das mazelas provocadas pela seca. Do ponto de vista metodológico, realizamos uma pesquisa bibliográfica amparada em algumas teorias que versam sobre questões sociais e as relações de poder, bem como a realidade da seca no Nordeste brasileiro. Para isto, recorremos às reflexões de Albuquerque (2011), Candido (2010), Caminha (2010), Lafetá (1974), Ribeiro (2006), dentre outros. O resultado da pesquisa aponta que a negativa de ajuda por parte dos detentores do poder sobre a classe menos favorecida potencializou a situação de pobreza e abandono das vítimas da seca, que passaram também a ser vítima dos governantes e de outros agentes sociais. Esperamos que este trabalho possa contribuir para o debate sobre o romance de Rachel de Queiroz, estimulando a curiosidade sobre os personagens que se escondem por trás da miséria dos protagonistas que enfrentam o rigor da seca no Nordeste, especificamente no estado do Ceará. |
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