Resumo:
Sabe-se que as subjetividades femininas foram construídas ao longo dos séculos de maneira submissa, a mulher é ensinada a cuidar do outro (pai, irmãos, marido, filhos) e renunciar a si própria. Diante disso, esta pesquisa objetiva analisar como é/foi formada a subjetividade das mulheres catoleenses e como elas se constroem em relação aos discursos que circulam em seu tempo histórico e espaço geográfico. Partindo desse pressuposto, este trabalho baseia-se nos estudos de Butler (2003), Beauvoir (1967;1970), Perrot (2007) Brandão (2004), Foucault (2003, 1983, 2014), dentre outros. Trata-se de uma pesquisa de campo de cunho etnográfico, cuja coleta de dados foi feita através de entrevistas. Os sujeitos participantes foram mulheres da zona urbana da cidade de Catolé do Rocha - PB, circunscritas em três faixas etárias: 20, 40 e 60 anos de idade. As entrevistas foram guiadas por um roteiro previamente elaborado. A observação participante também foi utilizada como técnica. O método utilizado para análise dos dados foi qualitativo. Dos dados e análises tem-se que mesmo nos dias atuais a mulher continua a performar os papeis que foram impostos ao seu sexo historicamente. Nas falas das entrevistadas sobressaem o discurso patriarcal como fundante das normas e condutas que as famílias deveriam/devem seguir e retransmitir a suas gerações femininas. Observa-se também que embora as entrevistadas pertençam a faixas etárias diferentes, elas, em algum momento, se discursivizam de maneira idêntica, isto é, constroem/construíram suas subjetividades a partir de discursos, reservados a seu gênero, que as delinearam como: cuidadora do sexo masculino, frágil, dócil, mãe, dona de casa, recatada e responsável pela manutenção dos bons costumes, valores e educação.
Descrição:
SILVA, Deusicleide Andrade da. A discursivização e a subjetivação de três gerações de mulheres catoleenses. 52f. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - Português) - Universidade Estadual da Paraíba, Catolé do Rocha, 2022.