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No presente trabalho, temos como finalidade analisar a personagem Tituba da obra Eu, Tituba: Bruxa negra de Salem, de Maryse Condé, destacando o racismo, o machismo, a intolerância religiosa e a acusação de bruxaria no final do século XVI. Também objetivamos enfocar a personagem Celestina da obra La Celestina de Fernando de Rojas, salientando o preconceito sobre a mulher anciã considerada bruxa no final do século XIV e ressaltando sua ascensão na sociedade como curandeira e prostituta. O estudo das personagens ganha sentido por darem visibilidade à história de Celestina e Tituba como protagonistas, vinculando suas trajetórias ao tecido social da época e representando a condição feminina. Observamos que se gerou um estereótipo de amedrontamento, temor e pavor sobre a mulher, o qual foi reforçado pelo homem e outras entidades de poder na Idade Média e Moderna, houve a construção dessa imagem negativa. Elegeu-se um estudo analítico e reflexivo das obras propostas, com base no gênero feminino, percebendo a associação feita entre a mulher e a bruxaria, o que provocou inúmeros desdobramentos no imaginário social. Para embasar nossa investigação, realizamos uma pesquisa qualitativa e bibliográfica em teses, artigos e livros que abordam a historiografia da bruxaria, do feminino, do corpo da mulher, a visão da igreja e da sociedade. Baseamo-nos em teóricos como Russell e Alexander (2020), Aguiar (2011), Andreta (2015), Ribeiro(2014), Beauvoir (1970). entre outros. A investigação assegura que Celestina e Tituba foram vítimas de uma sociedade sexista e machista, colocando-as como bruxas e produzindo um discurso de ódio contra o feminino, entretanto elas persistiram bravamente lutando em oposição ao sistema opressor, considerando que inspiraram tantas outras mulheres que viveram ou ainda vivem o preconceito por ser mulher. |
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