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Este trabalho tem como objetivo compreender as características e peculiaridades do racismo à brasileira, tomando como base a análise de três casos expressivos de racismo que aconteceram por meio das redes sociais digitais, com ênfase no papel da violência linguística. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, onde no seu decorrer, buscamos responder às seguintes questões: de que forma o racismo tem se manifestado nas redes sociais digitais? Como as redes sociais contribuem para a disseminação do racismo? De que maneira a linguagem e o racismo estão entrelaçados? Para alcançar o nosso objetivo e responder às indagações que movem o trabalho, construímos o seguinte percurso: primeiro, traçamos uma breve explanação sobre redes sociais digitais (ZENHA, 2018; AZEVEDO e CALDAS, 2022) e apresentamos os casos de racismo aqui tematizados. Em seguida, discutimos as noções de raça e racismo no Brasil, principalmente a partir das proposições de Da Matta e a sua “fábula das três raças”, (1981); Nogueira (2006) e Almeida, (2018); por fim, apresentamos uma análise dos casos em questão, destacando as relações entre racismo, linguagem e violência (SILVA, 2017; SILVA E ALENCAR, 2013;), promovendo o entrelaçamento entre dados de pesquisa e teorização. A pesquisa aponta para a compreensão de que o racismo possui raízes profundas na construção histórica da sociedade brasileira. Os casos analisados de racismo possuem em comum o fato de atacarem a dignidade das vítimas, de desumaniza-las, animaliza-las e inferioriza-las em decorrência de suas características fenotípicas. Além disso, o racismo, enquanto vetor estrutural da nossa sociedade encontra na língua uma forma de manifestação, de construção e reforço de hierarquias sociais. |
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