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O presente artigo discute questões sobre como duas obras literárias, mesmo
escritas em um lapso temporal de quase trezentos anos, podem dialogar e de que
modo o fazem. Para este intento utilizamos o conceito de dialogismo, do
estruturalista russo Mikhail Bakhtin e de intertextualidade, da formalista búlgaro-francesa Julia Kristeva, existentes entre as personagens suicidas Ofélia, heroína da
peça Hamlet (1599/1601), do dramaturgo e bardo inglês William Shakespeare e
Sibyl Vane, protagonista do romance O retrato de Dorian Gray (1891), do
escritor, poeta e dramaturgo irlandês Oscar Wilde. Para tanto, utilizamos um
levantamento bibliográfico de artigos que versam sobre este assunto e que trazem
arcabouços teóricos de renomados autores no campo dos estudos da linguagem
para auxiliar neste estudo comparatista, como Zani (2003), Koch & Elias (2014;
2015) Noronha & Trindade (2016) e Maciel (2017) dentre outros. Dessa maneira,
um elo surge entre as duas personagens que se desdobra desde a paixão à morte
trágica, fio condutor que estabelece os fatos que se desenrolam de forma
semelhante na vida de ambas. Ao final, conseguimos demonstrar que pode haver
relação dialógica entre textos tanto quanto entre os enunciados; que a
intertextualidade está comprovada pelas confrontações evidentes nos enunciados
dos dois textos e que às vezes, apesar de um texto não evidenciar o discurso do
outro, ainda assim possibilita a interdiscursividade entre ambos. |
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