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Embora a instituição escolar esteja assentada na ideia de “transmitir tudo a todos”, a realidade mostra que nem todas as crianças conseguem de fato aprender, que algumas se mantém com baixos rendimentos, apresentando um histórico escolar marcado por sucessivas reprovações, e que outras tendem a abandonar os bancos escolares precocemente, isto é, sem concluir sua formação. Tal realidade contribuiu para forjar a expressão “fracasso escolar”, para designar uma gama de situações, tais como o baixo desempenho escolar, a distorção idade-série, a repetência, o abandono escolar, dentre outras. Partindo do exposto e se amparando nas reflexões de Maria Helena de Souza Patto, Regina Gualtieri, Rosário Lugli, Maria Nidelcoff, dentre outros, este trabalho busca analisar as implicações do fracasso escolar no autoconceito e nos projetos de vida de adolescentes e jovens rurais de escolas públicas, do Munícipio de Mulungu – PB, marcados em suas trajetórias escolares pela distorção idade-série, reprovação e/ou abandono. Em termos metodológicos, fez-se uso da pesquisa de campo e da história de vida. Foram estudados um total de dez sujeitos, na faixa etária dos 16 aos 29 anos, residentes no município de Mulungu-PB. Os dados apontam que o fracasso escolar tem se perpetuado entre gerações, contribuindo para redefinições nos projetos de vida, especificamente no que diz respeito a carreira profissional. Apontam, ainda, para a relação entre fracasso escolar e o autoconceito, que contribui para que os indivíduos tomem para si a responsabilidade pelo fracasso, o que acaba legitimando as condições precárias de vida e de trabalho, nos quais são inseridos. |
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