dc.description.abstract |
Este trabalho tem como objetivo analisar a filosofia da religião proposta por Max Horkheimer. A motivação da pesquisa deu-se pelo fato de a Teoria Crítica ter proposto reflexões inéditas acerca do tema tratado, mas não ocupar o papel de relevância que lhe cabe no debate público sobre a religião. O autor concebe a religião sob dupla face: é vista como o registro de desejos e anseios de gerações passadas, cuja essência é negadora, no sentido de que nega a imutabilidade das injustiças sociais da realidade, o que seria o sentido verdadeiro da religião, em um “bom” sentido; o autor aponta que a mesma foi sequestrada pelo Estado, e doravante, passa a ser afirmadora, no sentido de validar essas mesmas injustiças, uma religião no “mal” sentido. Horkheimer propõe que o conteúdo emancipatório da religião seja preservado e elevado através da dialética da negação determinada, onde os fundamentos religiosos passam por um tribunal de secularização e radicalização em prol de uma práxis materialista. Investigamos qual a importância da tradição e dos ensinamentos judaicos na construção da teoria crítica da religião do autor, sob o viés da interpretação de pensadores judeus antigos e modernos. Ao evocar uma melhoria do mundo, Horkheimer reproduz o conceito místico judaico de Tikun Olam, baseando-se em duas mitzvot do decálogo: o segundo e terceiro mandamentos. Em relação à metodologia, a pesquisa foi conduzida pelo método hipotético-dedutivo que se desenvolveu através de um procedimento bibliográfico. Concluiremos que: Horkheimer não compreende um retorno ao mito, como creem alguns dos seus críticos; o autor enxerga o fenômeno religioso sob diversos vieses, afastando-se de uma concepção unilateral acerca do fato dado; e, por fim, Horkheimer foi influenciado pela tradição ética-religiosa a qual pertence, qual seja, o judaísmo, de onde absorveu o conteúdo verdadeiro da religião e, a partir disto, elaborou sua teoria crítica da religião. |
pt_BR |