Amor concreto ou abstrato?: sobre As obras do amor de Søren Kierkegaard e sua crítica por Theodor Adorno

Abstract

Em As Obras do Amor, bem como em seus outros escritos, o intuito do pensador dinamarquês Søren Kierkegaard foi o de exumar os conceitos do cristianismo deteriorados e secularizados após todos esses tempos em que a cristandade regeu o mundo, fazendo uma análise crítica, em uma sequência de discursos, do que seria o amor cristão. Um século mais tarde, Theodor Adorno redige uma crítica acerca da obra do mestre dinamarquês apontando falhas intrínsecas ao conceito daquele amor cristão, interpretando-o como pura generalização e abstração com relação ao seu objeto, o que resultaria em uma desumanização do amado. Neste trabalho, apresentamos, em primeiro lugar, os termos gerais da ideia de amor em Kierkegaard. Em seguida, expomos a crítica efetuada por Adorno no ensaio A Doutrina Kierkegaardiana do Amor. Ainda que a nossa intenção não seja avaliar a correção da crítica de Adorno, sugerimos, ao final, que talvez existam algumas limitações na revisão de Adorno que devem ser levadas em consideração.