Avaliação da taxa de filtração glomerular em usuários do programa de cuidados farmacêuticos (PROCUIDAF) através da equação CKD-EPI

Abstract

A Doença renal crônica (DRC) é ocasionada por lesões nos rins que caracteriza-se por alterações estruturais ou funcionais neste órgão, de modo que tem seu diagnóstico por meio de exames de sangue ou de urina ou até mesmo através da observação na redução na Taxa de Filtração Glomerular estimada (TFGe), que é um parâmetro importante para se detectar a DRC precocemente e acompanhar a sua evolução. O presente estudo teve como objetivo avaliar a TFGe e os fatores associados em usuários do Programa de Cuidados Farmacêuticos (PROCUIDAF) através da equação Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI). Tratou-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, realizado na Unidade Básica de Saúde Bonald Filho, em Campina Grande no período de maio a agosto de 2022. As variáveis independentes correspoderam a características sociodemográficas, antropométricas e clínicas e o desfecho foi determinar a TFGe através da equação CKD-EPI. Todas as análises foram realizadas com o auxílio do software estatístico R. A amostra foi constituída de 52 pacientes no total, na qual 23 pessoas (44,2%) apresentaram a TFGe alterada, com isso em relação a amostra dita alterada (n=23), a maioria foi mulheres (56,5%), vivendo com companheiro (65,2%), com idades entre 70-79 anos (60,9%), com prevalência da cor branca (95,7%) e inativos (95,7%). Já em relação às variáveis clínicas, houve uma predominância de HAS isolada (47,8%) e quanto aos hábitos de vida, a maior parte era sedentária (56,5%), com alimentação inadequada (56,5%) e obesos (52,2%) e apenas uma minoria era tabagista (4,3%) e etilista (4,3%). Quanto à classificação da PA, em torno de 8 pacientes (34,8%) encontravam-se na faixa de Pré-Hipertensão e HAS Estágio 1. Em relação aos níveis de creatinina, 52,2% apresentaram resultados alterados e foi obtido um p-valor<0,05, comprovando que a creatinina e a TFGe são variáveis dependentes. Por fim, quando classificado a população geral (n=52) quanto ao estadiamento da DRC, 50% (n=26) encontravam-se na G2 (TFGe levemente reduzida), 30,7% (n=16) estavam na G3a (Moderada redução da TFGe) e 13,5% (n=7) na G3b (redução marcada da TFGe). Os fatores de risco para a progressão da DRC podem ser controlados precocemente, através da modificação do estilo de vida dos usuários e juntamente com um acompanhamento contínuo das DCNT por parte das equipes de saúde podem garantir um diagnóstico precoce da DRC, evitando a sua evolução para casos mais graves.