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Em pleno século XXI, falar de racismo ainda é necessário uma vez que se trata de
uma prática recorrente nos diversos contextos sociais do Brasil. Com o intuito de
discutir sobre essa questão social, este trabalho traz uma análise dos contos
“Maria”, publicado em Olhos D´Água (2018), de Conceição Evaristo e “A última
empregada”, publicado em Cadernos Negros 40 (2017), de Ana dos Santos. Ambos
discorrem sobre mulheres negras na condição de empregadas domésticas, sob o
estigma de um modelo estereotipado pela sociedade. O objetivo dessa análise está
em verificar como temáticas em torno da mulher negra protagonizada estão
representadas nestas narrativas. Esse trabalho de caráter bibliográfico se
fundamenta em estudos sobre o papel da mulher negra no meio social, assim como
a identidade do ser negro, conforme discute Almeida (2019), Adichie (2019),
Munanga (2019), Silva (2019), Carneiro (2020), Assumpção (2020), entre outros. As
narrativas apresentadas neste trabalho, mostram um quadro do papel da mulher
negra no espaço do trabalho doméstico, com foco para os temas da submissão,
transgressão e representatividade da mulher negra. O espaço literário é uma porta
para que se verifiquem, em meio a tantos estereótipos que marcam a trajetória do
ser negro(a), haver vozes acordadas e reagindo em busca do reconhecimento e de
uma percepção antirracista. Desse modo, este trabalho possibilitou uma reflexão
acerca do espaço da mulher negra na sociedade brasileira, buscando discutir
causas relevantes dessa luta contra a discriminação racial. |
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