Resumo:
A violência contra mulher sempre foi uma prática naturalizada em sociedades patriarcais, seu
uso se justifica como meio para manutenção do poder masculino e consequente controle
feminino. As violências sofridas por muitas mulheres denunciam o ciclo de violência no qual
elas podem estar inseridas durante anos e que evolui até a última instância, tipificada como
feminicídio. O presente trabalho teve como objetivo analisar o crime de feminicídio e suas
principais motivações e consequências na obra Mulheres Empilhadas (2019), de Patrícia Melo,
partindo das narrativas de violências vividas e presenciadas pela narradora/personagem. Do
ponto de vista metodológico, recorremos aos pressupostos teóricos de Saffioti (2015), Bourdie
(2012), Pasinato (2016), dentre outros. O interesse pelo tema, na referida obra, se justifica pela
necessidade de discutir a violência contra mulheres e o crime de feminicídio em nossa
sociedade, principalmente por se tratar de um crime que a cada dia apresenta dados mais
alarmantes. O resultado da pesquisa aponta que a violência contra mulher e o crime de
feminicídio não são motivados apenas pela questão de gênero ou porque mulheres não estão
cumprindo com os papéis de gênero impostos pela sociedade patriarcal. Esses crimes são
resultados de um contexto de profunda desigualdade social entre homens e mulheres, os quais
se atrelam ao racismo, tendo em vista que os dados oficiais mostram que as mulheres negras
estão entre as maiores vítimas dessa violência. Espera-se, portanto, que as discussões
apresentadas neste trabalho possam suscitar significativas contribuições para os estudos
literários e a sociedade.
Descrição:
SOUSA, Aniclésia de. Mulheres Empilhadas e a representação do crime de feminicídio. 2022. 87f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras Português). Universidade estadual da Paraíba, Catolé do Rocha, 2022.