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Este trabalho é uma reflexão sobre corpos, sujeitos e subjetividades transgêneras na peça Br-Trans (2017), de Silvero Pereira. O objetivo é analisar a referida obra a fim de discutir como a peça problematiza, a partir da presença de personagens transgêneras, categorias como corpo, gênero e performatividade. Para tanto, ancoramos nossa análise nos Estudos de Gênero, recorrendo, especialmente, às reflexões Butler (2012; 2019) e de Bento (2006). A primeira serviu-nos como lastro para pensarmos a noção de gênero não como uma imposição da cultura, mas, sim, como um ato de linguagem responsável pela estilização de ações que, reiteradas, passam a ser naturalizadas como próprias do masculino ou do feminino, o que faz do gênero mais uma ação performativa que permite que os sujeitos se aproximem ou se distanciem dos modelos normativos. A segunda estudiosa foi-nos importante como aporte para compreendermos o fenômeno da transexualidade não a partir do discurso médico patologizante, mas, sim, como um modo de o sujeito, via performance, “atualizar, nas práticas de gênero, interpretações sobre o masculino e o feminino” (BENTO, 2006, p. 22). Como procuramos mostrar ao longo da análise de BR-Trans (2017), o conjunto de subjetivas transgêneras presentes na peça de Silvero Pereira instiga a reflexão sobre sujeitos cuja existência, considerando as normas de sexo e gênero hegemônicas, desestabilizam as categorias de masculino e feminino, e põem em xeque o que é homem, o que é mulher, alargando o horizonte dos leitores e leitoras para a diversidade de corpos, gêneros e sexualidades existentes. |
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