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Historicamente, as aulas de Língua Portuguesa centralizavam-se em atividades de leitura, escrita e estudos gramaticais. Mas, contemporaneamente, o foco nas competências comunicativas vem demandando cada vez mais espaço na Educação Básica. Nessa perspectiva, o ensino de língua materna ganhou novos direcionamentos, advindas de mudanças que ocorreram não só na esfera de estudos teórica-metodológicos, mas também na esfera curricular nacional, com a homologação de documentos curriculares como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Proposta Curricular do Estado da Paraíba (PC-PB). Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é analisar as abordagens do eixo oralidade nos documentos curriculares da BNCC e PC-PB, destinados aos Anos Finais do Ensino Fundamental. Essa pesquisa tem respaldo teórico-metodológico na Linguística Aplicada. A metodologia utilizada para a construção do trabalho é de natureza qualitativa, do tipo documental, com foco interpretativo no eixo oralidade, do componente curricular de Língua Portuguesa. Com relação ao aporte teórico, podemos destacar: Alvim e Magalhães (2019), Carvalho e Ferrarezi Jr. (2018), Schneuwly e Dolz (2004) e Marcuschi e Dionísio (2007), por versarem sobre a oralidade e seu processo de ensino-aprendizagem; e Nascimento (2019) e Silva (2020, 2022) por versarem sobre a construção e contextualização dos atuais documentos curriculares norteadores da Educação Básica. A análise dos dados demonstra que os documentos analisados - BNCC e PC-PB, exploram a oralidade como eixo de ensino autônomo, com competências e habilidades, objeto de conhecimento/conteúdos e objetivos de aprendizagem próprios em toda etapa escolar do Ensino Fundamental, cujo foco são em atividades de natureza comunicativa-discursiva. Percebemos também que, em comparação à BNCC, a PC-PB amplia o trabalho com a oralidade nos seguintes aspectos estudados: (i) conceito, ao especificar a relação histórica do eixo e referenciar outros documentos oficiais; (ii) habilidades, ao relacionar um número maior de habilidades ao eixo, para além das elencadas pela BNCC, integralizando ao eixo habilidades advindas de outras práticas de linguagem; (iii) objetos de conhecimento/ conteúdos, ao estabelecer estratégias de apropriação, planejamento e textos orais, especificando alguns gêneros e ao considerar desde o contexto informal ao mais formal; (iv) nas orientações para o trabalho com a oralidade, a relação entre a BNCC e a PC-PB são complementares, cujo foco é o desenvolvimento de compreensão e interpretação crítica do que se ouve e fala, ou seja, usar a linguagem oral com eficácia em quaisquer gêneros e situações sociais. |
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