Resumo:
Neste trabalho analisa-se o ensino da temática afro-brasileira, africana e indígena em
sala de aula, precisamente as aulas de História que ministrei durante dois anos, ou seja,
do primeiro bimestre de 2020 ao quarto bimestre de 2021 no Instituto Educacional
Criança Ativa (IECA), localizado na cidade de Gurinhém/PB. Durante dois anos
trabalhei com estudantes do ensino fundamental II. Contudo, essa experiência está
entrelaçada a minha participação como bolsista de extensão no Projeto de Extensão:
Saberes e Fazeres Afro-brasileiros e Indígenas na Sala de Aula, ofertado pela UEPB,
através do Departamento de História do Campus III (Guarabira/PB) em parceria com a
Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof.ª Antônia do Socorro Silva Machado;
instituição pública localizada na comunidade remanescente quilombola de Paratibe, na
cidade de João Pessoa/PB. A participação nesse projeto contribuiu com a minha
formação docente, pois frutificou ideias a respeito da gente negra e indígena, e suas
culturas no Brasil, o que proporcionou desenvolver no IECA uma atuação pedagógica
de enfrentamento ao racismo e preconceito racial; debate relevante, pois estimulou os/as
estudantes discutirem no cotidiano da sala de aula, sobre o racismo e a história da gente
negra e indígena, e assim eles puderam rever suas práticas e formas de pensar e olhar o
povo negro e indígena. Para realização deste trabalho recorreu-se aos relatórios do
projeto de extensão Saberes e Fazeres Afro-brasileiros e Indígenas na Sala de Aula.
Essas fontes foram analisadas a luz de alguns debates formulados por pesquisadores/as,
tais como: Carbonari e Pereira (2007), Santos (2010), Coelho e Coelho (2018), entre
outros, com os quais se estabeleceu diálogos profícuos. Considera-se que a extensão foi
de suma importância para que eu conseguisse inserir assuntos voltados a temática em
questão, através de debates corriqueiros sobre a discriminação racial, e a importância do
povo negro para a cultura e a formação do Brasil que conhecemos hoje, rico de
costumes e que deve o seu crescimento econômico principalmente as pessoas negras e
indígenas. Contudo, ressalto que o projeto de extensão, me formou um professor
disposto a tratar com os discentes dos problemas raciais existentes no nosso país, e
fazíamos isso em quase todos os encontros, seja em discussões ou atividades
desenvolvidas por eles/as. Graças ao projeto pude exercer um fazer docente pautado na
multiculturalidade, fugindo da prática de tratar esses apontamentos apenas em datas
comemorativas. A mudança de comportamento dos estudantes foi positiva, pois eles
durante as aulas e discussões à medida que revelaram suas visões estereotipadas sobre
as pessoas negras e indígenas foram desconstruindo-as.
Descrição:
ALVES, P. R. do N. História e cultura afro-brasileira e indígena na extensão universitária e na formação inicial do professor: relato de experiência de um professor de História. 2022. 27f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba. Guarabira, 2022.