Inclusão de pessoas com deficiência em organizações: a visão dos colaboradores e o papel da gestão de pessoas nesse processo

Abstract

A inclusão social é um dos temas que está ganhando um maior espaço nos estudos organizacionais, no Brasil, quase 46 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, sendo elas: intelectual, motora, visual ou auditiva. O direito à inclusão social está descrito em várias normas constitucionais, leis federais e decretos que regem os direitos da pessoa com deficiência (PCD), onde cada vez mais se defrontam com diversas adversidades ao tentarem a implantação no mercado de trabalho. Elas encontram vagas com perfis e requisitos de grande exigência e processos seletivos de alta complexidade, além de terem que lidar com o déficit de capacitação vinculado à presença da deficiência. A exclusão das pessoas com deficiência, tem como fator principal a impossibilidade de profissionalização imposta pela própria sociedade. Assim, o objetivo geral desta pesquisa é compreender a visão dos colaboradores com deficiência atuantes de empresas privadas da cidade de Patos-PB a respeito do método de inclusão utilizado, bem como o papel da área de Gestão de Pessoas neste processo. Trata-se de um estudo descritivo do tipo qualitativo e quantitativo, realizado com gestores e pessoas com deficiências. Os dados encontrados neste estudo possibilitaram compreendermos melhor sobre o tema aqui discutido, sobretudo no que confere ao direito da pessoa com deficiência em está inserida no mercado de trabalho. Evidenciamos que as empresas e gestores participantes, estão preocupados em contratar PCD’s e que vêem o colaborador com PCD, como peça importante para a empresa. Os gestores em sua grande maioria apoiam a Lei de cotas para contratação da PCD, contudo, acreditam que sem a Lei, esse tipo de contratação poderia ser inviável, visto que ainda existem preconceito em contratar a PCD. Quanto aos colaboradores PCD, verificamos a partir dos dados, que eles se consideram incluídos na empresa, que recebem os mesmos direitos e benefícios frente aos demais colaboradores sem deficiência, no entanto, acredita-se que estes benefícios e direitos poderiam ser maiores. Já com relação as oportunidades dadas a PCD percebeu-se que estas são mascaradas, funções de maiores prestígios na empresa são privados, e isso no nosso entendimento configura-se como preconceito.