Resumo:
A pesquisa ora apresentada propõe problematizar os aparatos e técnicas que sustentam o
regime sexual da heteronormatividade no cotidiano da Escola Estadual de Ensino Fundamental
e Médio Francisco Ernesto do Rêgo (E.E.E.F.M), localizada no município de Queimadas –
PB. Como desdobramentos, buscamos apreender as construções narrativas pessoais dos/as
estudantes LGBTQIAP e analisar, nesse contexto, quais são as formas de resistências que
esses/as jovens escolares encenam para superar as experiências de abjeção causadas pela
LGBTQIAPfobia. Partimos da hipótese de que a escola sob o crivo de neutralidade, dentre as
instituições sociais, é uma das mais relevantes, em que se pese seu papel formativo, para
normalizar a heterossexualidade e suas solicitações como única sexualidade moralmente
aceita e desejável. No intento de construir e alcançar os resultados da investigação, utilizamos
a combinação de metodologias de natureza qualitativa: revisão de literatura junto às
entrevistas semiestruturadas com estudantes de sexualidades dissidentes. A concepção de
Poder empreendida pelo filósofo Michel Foucault (1979) é o que nos orienta durante toda a
pesquisa. Com base nisso, apresentamos como o dispositivo da sexualidade - por intermédio
da heteronormatividade - alcança o que há de mais íntimo da subjetividade dos/as jovens
escolares. Propositando a manutenção de normas sexuais são delineados sobre esses/as: o
controle de suas potências, a vigilância dos desejos e as sanções normalizadoras, às quais
atuam como uma espécie de convocação para o reenquadramento das normas de gênero e
sexualidade. Nesse sentido, a pesquisa apontou que a irradiação das sistemáticas
discriminações têm efeitos adversos, na medida que para os/as estudantes que não reiteram a
heteronormatividade, o acesso e a permanência na escola são um grande desafio.
Descrição:
SANTOS, E. M. S. Sexualidades dissidentes: problematizando as experiências de abjeção na escola. 2022.
49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Sociologia).- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.