Resumo:
O controle de qualidade (CQ) é um setor imprescindível no âmbito farmacêutico, uma vez que é o ramo responsável por garantir a segurança/confiabilidade e eficácia dos medicamentos. Os ensaios de doseamento ou potência de antimicrobianos visam quantificar a substância ativa estudada em medicamentos. Atualmente, a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) se destaca nesse sentido, por ser altamente sensível e possuir baixa vulnerabilidade a interferentes. Entretanto, exige equipamentos de alto custo para as análises e um alto conhecimento para o manuseio do aparelho. Visto isso, novas metodologias vêm sendo desenvolvidas e validadas, como alternativas para os estudos de quantificação de substâncias antimicrobianas. Portanto, o presente estudo tem por objetivo realizar um estado da arte das técnicas microbiológicas para quantificação de fármacos antimicrobianos (ATM). Para tanto, o estudo tratou-se de uma revisão de caráter narrativa, utilizando bases de dados através dos termos indexadores/descritores, abrangendo artigos publicados nos últimos 20 anos. Desta forma, 56 artigos científicos foram selecionados mediante a inclusão pré-estabelecida. Observou-se que os ensaios microbiológicos são vantajosos, pois as propriedades terapêuticas e os parâmetros medidos do medicamento são os mesmos em relação aos métodos físico-químicos. Entre os métodos, a maior porcentagem é o método em difusão em ágar (DEA), obtendo um valor total de 67,9% (52,8% mostram-se que o desenho mais utilizado foi 3x3) em relação ao método turbidimétrico 3x3 (32,1%). Outro ponto é que a baixa qualidade dos produtos comercializados pode favorecer o desenvolvimento de patógenos resistentes. Por isso, evidencia-se a importância de existir um banco de dados atualizado sobre novos métodos alternativos que demonstrem qualquer sutil alteração na atividade dos antimicrobianos. Os métodos de turbidimetria têm sido amplamente utilizados para quantificação de agentes antimicrobianos de classes farmacológicas diversas, apresentando vantagens em relação ao método de difusão em ágar, devido que alguns fármacos têm dificuldade de difundir em meio sólido, o qual não ocorre no ensaio de turbidimetria. Apesar das diferenças entres os testes, ambos os ensaios conseguem estimar a potência do ATM testado por uma comparação direta com um ATM de referência. A principal diferença é o tempo de execução e maior número de materiais necessários e quantidade de trabalho. Por essa razão, em muitos casos, os métodos microbiológicos são trocados por ensaios físico-químicos nas análises de rotina. Porém, é válido ressaltar que não é recomendável a substituição, pois que os testes microbiológicos são capazes de evidenciar a potência da atividade biológica dos antimicrobianos e são ecologicamente corretos, apresentando vantagens, uma vez que os métodos físico-químicos não conseguem fornecer essa informação e são extremamente poluentes. Portanto, o ideal é utilizar mais de um método analítico ao determinar a qualidade do fármaco ativo em uma formulação farmacêutica ou matéria-prima. Além disso, faz-se necessário mais estudos de desenvolvimentos e validação de novos métodos, melhorias ou o uso dos bioensaios disponíveis, para o controle de qualidade de outros diversos ATMs em diferentes formas farmacêuticas ainda não evidenciadas nas farmacopeias.
Descrição:
SILVA, Jesse de Oliveira da. Tendências e aplicações de ensaios microbiológicos para quantificação de fármacos antimicrobianos. 2022. 31 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.