Resumo:
É recente a classificação do grupo dos fungos como representante do quinto reino devido as suas particularidades biológicas quando comparado a outros microrganismos, sendo um dos grupos mais diversos do mundo, perdendo apenas para os insetos. Porém, muitas das vezes esses seres são reconhecidos apenas pela sua capacidade patógena, devido a inúmeras doenças dermatológicas que são causadas por eles, e também como contaminantes de matéria orgânica e ambientes, os famosos “mofos”. Não obstante, para a biologia esse grupo possui uma grande importância, tanto ecológica, sendo grandes decompositores, agindo na ciclagem de nutrientes, como também econômica, por exemplo na produção de cerveja e na medicina, com descobertas de metabólitos secundários, como a ciclosporina que trouxe de volta a possibilidade de realização de transplantes. Assim, cabe a educação básica transmitir o conhecimento adequado, de forma a mitigar o tabu acerca dos fungos, que muitas das vezes, quando ministrados, é de forma superficial, perpetuando essa estigmatização como vilões. Assim, o presente trabalho objetiva realizar o levantamento cienciométrico sobre o Ensino de Biologia de fungos na Educação Básica, visando contribuir com o ensino, expor as lacunas da produção científica e fornecer trabalhos com diferentes metodologias e estratégias de aplicar o assunto em sala de aula de maneira eficaz a partir dos artigos analisados. Para isso, foi realizado um levantamento na base de dados Scopus entre os anos 2001 a 2021, utilizando alguns critérios de exclusão como idioma, tipo de documento, nesse caso apenas artigos e, com acesso aberto, para em seguidas serem submetidos a leitura de resumo e título para inclusão na análise de idioma, data, revista, conteúdo, palavras-chave e coautoria, sendo esses dois últimos utilizando o software VOSViewer™ versão 1.6.15. Inicialmente, apenas com os critérios obteve-se 164 artigos, estes foram submetidos a leitura de título e resumo, observando se encaixavam no objetivo do trabalho, ficando apenas sete artigos incluídos, os quais, em sua maioria, datam os dois últimos anos, sendo apenas um de 2014, expondo uma grande lacuna na produção científica. Na análise de conteúdo, foi criada duas categorias, uma que trabalhou o ensino de micologia com alunos com deficiência e outra que trabalhou o ensino de microbiologia para alunos na educação básica, sendo essa segunda com maior quantidade de artigos, evidenciando que o ensino de fungos sempre é trabalhado de maneira superficial em conjunto a outros microrganismos como as bactérias. Além disso, as metodologias na maioria das vezes foram aulas práticas de laboratório, que dentro da educação pública brasileira seria inviável. A análise de coautoria e palavras chave mostrou apenas uma conexão em dois artigos que corroboram a categoria um, da presença de dois autores em comum neles, além de uma grande diversidade de palavras chave que podem auxiliar em futuros levantamentos. Por fim, fica evidente uma grande lacuna para essa área, devido à baixa produção, alertando a necessidade de mais pesquisas e desenvolvimento de materiais voltados para o grupo dos fungos dentro da educação básica.