Variação temporal do zooplâncton em um estuário tropical protegido, Paraíba - Brasil

Abstract

Estuários são caracterizados como ambientes de transição, entre o mar aberto e água doce, portanto, sua dinâmica seleciona as comunidades presentes e devido essa transição das águas os parâmetros físicos e químicos variam nas escalas espaciais e temporais, resultando na formação dos gradientes ambientais. A comunidade zooplanctônica é um grupo de organismos pelágicos que se distribui nesses ecossistemas e é influenciada pela variação das características ambientais, além disso, desempenham um importantíssimo papel nas teias alimentares, influenciando no fluxo de energia desse ambiente. Logo, o objetivo deste estudo foi ampliar o conhecimento sobre a variação temporal do zooplâncton em um estuário tropical protegido. As amostragens foram realizadas no ano de 2018, em três zonas ao longo do canal principal do estuário, correspondente aos períodos de chuva e seca da região. Um total de 36 táxons pertencentes ao zooplâncton foram registrados, onde os táxons Rotifera, Zoea de Brachyura, Náuplio de Cirripedia, Calanoida, Cyclopoida, Náuplio de Copépoda, Harpacticoida, Larva de Gastrópoda e Appendicularia foram mais abundantes. A PERMANOVA indicou diferenças significativas na densidade entre as estações. A análise de dbRDA no eixo 1 não houve uma separação visível dos dados, porém o eixo 2 explicou 32% de variação e apresentou a separação temporal do zooplâncton juntamente com as variáveis ambientais. Calanoida e Cyclopoida foram responsáveis pelas maiores frequências numéricas em ambas as estações e todas as zonas, fazendo parte de pelo menos 30% do zooplâncton em cada zona estuarina. Os resultados apontam que as diferenças em relação aos táxons estão correlacionadas com algumas variáveis ambientais, onde a temperatura e a salinidade foram as variáveis preditoras, influenciando assim, na formação e distribuição de diferentes comunidades em termos de densidades ao longo do estuário.