Efeitos da fisioterapia neurofuncional em uma paciente com paresia espástica tropical: Um estudo de caso

Abstract

O vírus HTLV-1 da família retroviridae, quando instalado no organismo pode se manifestar de diferentes formas, uma delas é através da Paresia Espástica Tropical (PET), patologia que tem como principal característica a fraqueza na musculatura dos membros inferiores, combinada com espasticidade e exacerbação dos reflexos profundos, podendo ser acompanhada por dores na região lombar, desenvolvimento de incontinência urinária e disfunções sexuais. A fisioterapia é uma importante aliada na reabilitação dos pacientes sintomáticos, levando à diminuição da espasticidade e da fraqueza muscular, mostrando-se efetiva no retardo na evolução das sequelas ocasionadas pela doença, tratando os principais sinais e sintomas, auxiliando na prevenção de deformidades, orientando o paciente, dando-lhe uma maior independência funcional e melhorando sua qualidade de vida. Assim, os objetivos do presente estudo foram verificar e avaliar os efeitos da fisioterapia em uma paciente com PET. Estudo qualitativo e analítico do tipo relato de caso, realizado com a paciente MGR, do sexo biologico feminino, idade de 38 anos, com diagnóstico de PET, que é atendida na Clínica Escola de Fisioterapia (CEF), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A pesquisa está de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da UEPB e aprovada sob o número do parecer 5.618.377. MGR foi avaliada pela ficha do setor de neurofuncional da CEF e pela SF-36 (qualidade de vida) e submetida a 10 sessões de fisioterapia, 2 vezes por semana, com duração de 60 minutos, com treino aeróbico, de fortalecimento muscular para os membros inferiores e treino funcional. Os resultados foram ganhos de amplitude de movimento na adução e extensão de quadril, assim como na flexão de joelho, e o ganho de força na extensão de quadril e flexão de joelho e, ainda, uma pequena melhora do equilíbrio estático. Houve pequena melhora nos domínios vitalidade e capacidade funcional. Assim, este estudo de caso reforça a importância do estabelecimento de protocolos para indivíduos com PET, bem como o delineamento com ênfase nas necessidades individuais.