Resumo:
A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus Sars-CoV-2 que teve seu primeiro caso em Wuhan na China, em dezembro de 2019. Descrita como uma síndrome respiratória altamente contagiosa, se espalhou rapidamente pelo mundo e foi declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde em março de 2020. A população foi tomada pela sensação de medo e preocupação em função do elevado número de óbitos e internações causadas pela doença, o que levou muitos a buscarem soluções rápidas e fáceis, como o uso de medicamentos sem supervisão profissional, caracterizando a automedicação. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a automedicação em decorrência da pandemia da COVID-19. A pesquisa foi do tipo descritiva, de natureza quantitativa e realizou-se por meio de formulário digital e impresso durante o período de setembro de 2021 a julho de 2022. Participaram 234 pessoas sendo a maioria do gênero feminino 155 (66.24%), com faixas etárias de 18-25 anos, exercendo algum tipo de atividade 225 (96.15%), solteiro 159 (67.94%), com renda de até 2 salários mínimos 124 (53%) e sem comorbidades. A prática da automedicação foi realizada por 28 (35.44%) dos homens e por 55 (35.48%) das mulheres. Os resultados foram considerados significativos (p=0.000) na correlação em ter COVID-19 e realizar a automedicação e na avaliação da referida prática com os resultados obtidos. Na avaliação dos grupos farmacológicos os mais citados foram antiparasitários (antivermífugo), representado pela ivermectina e por antitussígenos 17 (20.48%) respectivamente e os Anti-inflamatórios Esteroidais 5 (6.07%) tendo prednisona e prednisolona como representantes. Também foram observadas várias associações sendo as mais citadas: Analgésicos/Antitérmico (dipirona e paracetamol) e Antibiótico/Analgésico/Antitérmico/Anti-histamínico (azitromicina, dipirona, paracetamol, loratadina e desloratadina). Com a prática da automedicação, 47 (56.62%) relataram ter apresentados resultados positivos; 34 (40.96%) não sentiram diferença no quadro clínico e 2 (2.42%) afirmaram que os sintomas apresentados pioraram. Concluiu-se que grande parte da população ainda faz uso de fármacos sem prescrição médica e sem respaldo científico. É importante uma atenção voltada à educação dos pacientes por parte dos profissionais de saúde, especialmente farmacêuticos, com intuito de evitar problemas oriundos do mal uso de medicamentos.
Descrição:
VERÍSSIMO, Lucas Silva. Avaliação da automedicação na prevenção e no tratamento da COVID-19. 2022. 46 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.