Resumo:
O artigo teve como objetivo analisar o curta-metragem A dama do Estácio (2012), de Eduardo Ades, continuidade do longa-metragem de 1965, produzido por Leon Hirszman, baseado na obra homônoma A falecida (1953) de Nelson Rodrigues. Com base na linguagem cinematográfica, buscou-se caracterizar os aspectos históricos acerca da velhice e do envelhecimento e suas implicações na cultura contemporânea, problematizando a obra a partir da psicanálise para sublinhar inscrições possíveis de significantes sobre o corpo, o real do envelhecimento e do corpo feminino a partir dos paradoxos da personagem Zulmira, sobre a morte, o envelhecer e o feminino. Como possibilidade analítica, o vídeo foi utilizado como registro documental de imagem e som, produtor de ações humanas complexas. Assim, através de um exame sistematizado desse corpus, tratou-se de como indica Loizos (2018), caracterizar um sistema de anotações e categorizações utilizados para o processamento analítico das informações colhidas. O trabalho se define como um estudo de abordagem qualitativo que seguiu a seguinte metodologia: 1) levantamento bibliográfico acerca do tema envelhecimento, psicanálise e cinematografia como linguagem do cotidiano; 2) recorte e sistematização de cenas do curta-metragem A dama do Estácio (2012); 3) interpretação e análise dos significantes sobre o corpo e o real do envelhecimento acerca do corpo feminino que emergem na narrativa imagética do curta-metragem. Concluiu-se que foi metaforizado, a partir da produção, uma retificação subjetiva a partir da arte que emergiu como libertação para o falseamento e as dissimulações acerca da velhice e da morte na narrativa imagética no curta.
Descrição:
FERREIRA, Janaina Leandro. A dama do Estácio (2012): envelhecimento, feminino, psicanálise e arte. 2022. 24 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.