Estratégias de tratamento na atenção à pessoa com sobrepeso ou obesidade: Um estudo do estado da Paraíba

Abstract

O sobrepeso e a obesidade são caracterizados pelo acúmulo de gordura corporal, sendo confirmados pelos dados antropométricos de cada indivíduo. Em 2020, já havia 2,1 bilhões de adultos com excesso de peso no mundo, de forma que estratégias de controle, bem como de atenção às pessoas com essa condição, fazem-se cada vez mais necessárias. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi identificar as principais estratégias de tratamento praticadas pelas Equipes de Saúde da Família da Paraíba na atenção à pessoa com sobrepeso ou obesidade. Trata-se de um estudo transversal de base populacional realizado na Atenção Primária em Saúde (APS) de municípios do estado da Paraíba no período de janeiro a agosto de 2021, com subsídio do Ministério da Saúde, financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e parceria da Secretaria de Estado de Saúde. Foi adotado um plano de amostragem aleatória por conglomerado levando em consideração uma margem de erro de 5%, nível de confiança de 95% e uma população de 1765 unidades básicas de saúde (UBS) distribuídas em 223 municípios, perfazendo uma amostra de 642 unidades de saúde sorteadas, com uma perda aceitável de 30,0%. Para cada UBS, foi contatado um profissional de saúde que respondeu, de forma remota, ao questionário “Diagnóstico das ações de alimentação e nutrição desenvolvidas por profissionais junto aos usuários”, elaborado pelo MS em parceria com os pesquisadores do projeto, através da plataforma Survey Monkey. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (parecer: 3.557.478) e os dados foram analisados no SPSS 22.0. Das 477 equipes respondentes, 93,3% utilizaram o cuidado nutricional como estratégia de tratamento para o sobrepeso e a obesidade e 19,7% indicaram o tratamento cirúrgico como alternativa para tais condições. Concluiu-se que algumas práticas, como o cuidado nutricional, o psicológico e o diagnóstico precoce são mais frequentes, enquanto outras, como as práticas integrativas, a abordagem familiar e a promoção da atividade física são menos aplicadas. Sugere-se que a APS adote estratégias mais amplas de cuidado, evitando restringir-se a abordagens terapêuticas individuais.