Resumo:
Esta pesquisa objetiva analisar a presença da memória e da ancestralidade feminina negra em dois contos da coletânea Olhos d’água (2016) de Conceição Evaristo, de modo a evidenciar os processos estéticos e estilísticos por meio dos quais a autora promove um resgate dos saberes ancestrais da população negra, em especial no que concerne às mulheres. Tendo como fundamentação teórica o conceito de “lugar de fala” de Ribeiro (2017), assim como as pertinentes reflexões de Machado (2014), Duarte (2013), Freitas e Santos (2018) e Andrade (2018), dentre outros, acerca do papel da literatura como espaço de resgate do protagonismo da mulher negra, a pesquisa buscou refletir como o referido resgate se constitui literariamente na obra da autora, através da retomada de símbolos, conceitos e referências culturais que remetem à memória e ancestralidade negras. Partindo das considerações teóricas, efetuou-se a análise do primeiro e do último conto da coletânea – o homônimo “Olhos d´água” e “Ayoluwa, a alegria de nosso povo” – por meio dos quais foi possível investigar a força da ancestralidade e da memória feminina negra na prosa da Evaristo, as quais se constituem como um caminho de resgate da identidade e da cultura da mulher negra, por meio de um olhar para a tradição coletivo-individual enquanto lição essencial para o presente, na efetiva construção do futuro.
Descrição:
LIMA, M. M. G. Raízes da memória e da ancestralidade feminina negra em Olhos D'água de Conceição Evaristo. 2023. 36 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras Português) - Universidade Estadual da Paraíba, Monteiro, 2023. [Artigo]