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Esta pesquisa apresenta-se como um estudo acerca do romance Vida de mulher [19--], da
escritora portuguesa Carmen de Figueiredo. Objetiva-se analisar a protagonista feminina Maria
Alexandra elaborada sob uma autoria feminina, considerando a jornada de Alexandra como
uma representação da jornada vivida por muitas mulheres. Além disso, visamos expor a
conjuntura político-social do período em que a autora escreve: a ditadura salazarista; apresentar
características da autoria feminina como uma escrita que diferencia a figura feminina
romanesca; identificar os ciclos que permeiam a jornada da protagonista e, por fim, relacionar
os ciclos da jornada ficcional a não ficcional. No que concerne à metodologia, esse é um estudo
bibliográfico, crítico-reflexivo, visto que sua realização se deu por meio da leitura e da
aplicação do conhecimento teórico-crítico ao texto literário. Essa pesquisa se justifica em
virtude da importância das produções de autoria feminina no século XX, bem como pela
relevância da representação da mulher nas narrativas literárias. Para o embasamento teórico,
contamos, dentre outros autores, com os estudos de Cova e Pinto (1997), no que se refere ao
regime salazarista e às condições das mulheres; Vaquinhas (2000), atinente aos aspectos da
instrução feminina nos séculos XIX e XX em Portugal; Esteves (2001), em relação ao
feminismo em Portugal; Rosas (2001), concernente ao Estado Novo e ao totalitarismo; Jacome
e Pagoto (2009), sobre a cultura patriarcal e a representação feminina na Literatura; Pedrosa
(2019), ao abordar escritoras portuguesas inseridas no regime ditatorial; Oliveira (2022) em
pesquisa específica sobre Carmen de Figueiredo. Ao final, chegamos à conclusão de que a
jornada feminina é caracterizada pelo ciclo da dor, o ciclo da luta e o ciclo da ascensão,
desconstruindo, assim, o modelo da mulher como sexo frágil. |
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