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Neste trabalho, interpretamos a peça Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, investigando como estão presentes nela as noções do sagrado e do profano. Objetivamos contribuir com os estudos sobre cultura popular nordestina, tema caro a pesquisadores de muitas áreas do conhecimento. Fazemos a análise literária da peça com amparo teórico de Massaud Moisés (2007), levando em conta as especificidades do texto teatral. Também dialogamos com autores que discutem sobre cultura popular (CHARTIER, 1995; ABREU, 2003; ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2013), literatura de cordel (ABREU, 1997; 1999) teatro vicentino (LIMA, 2020; ZIERER, DUARTE & CAMPOS, 2020), o sagrado e o profano (ELIADE, 1992), além de levarmos em conta trabalhos anteriores sobre a peça. Identificamos que, no Auto da Compadecida, o sagrado e o profano aparecem imbricados, representando a condição humana em um mundo dual no qual existe uma luta constante entre o bem e o mal. Entendemos que essa presença está relacionada com a elaboração de uma sátira social com intenção moralizante. Percebemos influências portuguesas nessa elaboração com o teatro vicentino e a literatura de cordel, elementos nos quais o autor se inspirou e que estão associados à intenção de criar uma peça referente ao que ele entende como “cultura popular”, que, na verdade, é um conceito construído historicamente. |
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