Resumo:
Apresenta-se nos últimos anos, dentro da literatura afro-brasileira, um termo socio-literário referenciado às obras de Conceição Evaristo, o conceito de “escrevivência”. Proposto pela escritora como uma estratégia para os sujeitos subalternizados serem ouvidos através do processo de “escrever vivências”, identifica-se nesta produção um conjunto de temáticas sociais acerca da marginalização que perpassa a vivencia dos personagens. Nesse contexto, a partir do conto “Maria” de Conceição Evaristo, buscamos compreender a violência urbana e o preconceito racial que são denunciados por meio da existência de uma voz negra. Desse modo, identifica-se os traços abordados pela escrevivência, pontua estudos sobre o racismo estrutural e a condição estática do negro, bem como realiza-se uma leitura interpretativa de Maria como símbolo para o ciclo de violências. Para aportar tal estudo, demonstra-se uma pesquisa bibliográfica e analítica às teorias de Conceição (1990), Djamila Ribeiro (2019) e Silvio Almeida (2018) para um entendimento sobre as raízes do preconceito e da violência urbana, assim como Dalcastagnè (2012) e Duarte (2014) para uma visão direta a literatura negra brasileira. Pressupõe-se uma linha crítica da personagem Maria com a representação da mulher afro-brasileira no contexto de violência e preconceito nacional.
Descrição:
LOPES, Maria Vitória. Maria: a escrevivência do corpo negro em Conceição Evaristo. 2023. 25f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Letras) - Universidade Estadual da Paraíba, Catolé do Rocha, 2023.