Resumo:
INTRODUÇÃO: A crise de saúde pública gerada pela pandemia do novo coronavírus tem gerado impactos na saúde física e mental dos indivíduos. As medidas de prevenção e tratamento, tais como o distanciamento social e isolamento propiciam acometimentos psicológicos, bem como os sentimentos e emoções negativas vivenciados pelos sujeitos infectados pela COVID-19 corroboram na elevação dos níveis de estresse e no surgimento/agravamento de sintomatologia depressiva, afetando diretamente a sua qualidade de vida. OBJETIVO: Analisar os níveis de estresse e depressão em pacientes após COVID-19 atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba (CEFUEPB) na cidade de Campina Grande/PB inseridos num programa de reabilitação e monitoramento de casos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional transversal de abordagem quantitativa. Esta pesquisa faz parte de um projeto de maior abrangência intitulado: Reabilitação após COVID-19: implementação e avaliação de um programa de reabilitação e monitoramento de casos, aprovado na CHAMADA FAPESQ No 005/2020/PPSUS - Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde. Participaram da pesquisa 40 pacientes que buscaram atendimento na CEFUEPB visando a participação no programa de reabilitação após COVID-19. A captação foi realizada através da demanda espontânea, configurando-se uma amostra não probabilística por acessibilidade. Foram analisados dados sociodemográficos, condições gerais de saúde, evolução da COVID-19, e por fim os níveis de estresse e depressão através do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) e do Inventário de Depressão de Beck (BDI). Utilizou-se o programa estatístico SPSS (versão 22.0) para tratamento dos dados. As variáveis categóricas estão descritas como número absoluto e percentual e as variáveis contínuas como média ± desvio padrão (DP). Foi realizada correlação de Spearman entre o nível de estresse classificado através da ISSL e classificação de sintomatologia depressiva obtida por meio do BDI com as seguintes variáveis: gênero, idade, número e duração dos sintomas da COVID-19; por fim, correlacionou-se a classificação de sintomas depressivos e o nível de estresse. Todos os testes foram bicaudais e o nível de significância final adotado foi de p < 0,05. RESULTADOS: A média de idade observada na amostra foi 39.96 ± 14.36 anos. Durante a infecção os sintomas mais prevalentes foram a fadiga, cefaleia e dispneia, já após a infecção foram a fadiga, dispneia e alterações de memória. Os resultados da avaliação de prevalência de estresse indicaram que 85% dos participantes apresentaram algum nível de estresse, destes 35,3% encontrava-se na fase de resistência. Constatou-se prevalência da sintomatologia psicológica. Os dados obtidos indicaram que 75% dos indivíduos apresentaram algum nível de depressão, destes 32,5% apresentaram uma sintomatologia depressiva de intensidade moderada a severa. Observou-se uma correlação considerada positiva e forte entre o estresse e a depressão nos pacientes que foram acometidos pela COVID-19, já a correlação estabelecida entre a duração dos sintomas e o estresse na fase de alerta foi considerada positiva e moderada. CONCLUSÃO: O estudo identificou um alto nível de estresse e depressão entre os indivíduos que foram infectados pela COVID-19.
Descrição:
QUEIROZ, Emanuely Alvares. Estudo dos níveis de estresse e depressão em pacientes após Covid-19. 2022. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.