Síndromes florais e de dispersão em espécies lenhosas no semiárido brasileiro

Abstract

Os atributos reprodutivos das plantas são caracterizados como respostas do processo evolutivo por serem fundamentais na evolução das angiospermas. Além disso, as estratégias reprodutivas das plantas variam em resposta às mudanças de fatores ambientais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a variação e composição das síndromes florais e de dispersão de espécies lenhosas da Caatinga no Estado da Paraíba-Nordeste do Brasil, que envolve espécies de plantas caducifólias, árvores de baixa estatura e copas abertas. Para as coletas de dados, foram plotadas, de forma aleatória, 16 parcelas com dimensões de 50 m x 20 m (1000 m²). Em cada parcela, foram incluídos todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com diâmetro ao nível do solo ≥ 3 cm e ≥ 1 metro e os espécimes foram identificados em nível de espécie. Para os atributos reprodutivos, foram levados em consideração as seguintes características reprodutivas: Características florais (morfologia: tipo, formato, cor e tamanho), sistemas de polinização, sistemas sexuais, sistemas reprodutivos, recompensas florais, tipos de frutos e seu modo de dispersão. No total, foram analisadas as estratégias reprodutivas de 4064 plantas lenhosas, pertencentes a 16 famílias, 34 gêneros e 39 espécies. Os resultados apontam que as espécies lenhosas da Caatinga diversificam suas estratégias reprodutivas e se adaptam ao meio para conseguir sobreviver. Foram destacados os resultados quanto a riqueza e abundância para cada atributo, dos quais apontam que a maioria das espécies incluídas nesse estudo apresentam flores de tamanho “inconspícuo” e oferecem pólen e néctar como recompensa floral principal. Além disso, a maioria das espécies estudadas são polinizadas por abelhas. O sistema reprodutivo em termos de riqueza foi o autocompatível e, em termos de abundância, o autoincompatível. Para os sistemas sexuais, os resultados apontaram que o mais comum é o hermafrodita. Os frutos do tipo cápsula, baga e drupa foram os mais presentes na maioria das espécies estudadas, sendo a autocoria o tipo de dispersão mais comum. Dessa forma, os resultados demostram as estratégias e adaptações que as lenhosas do semiárido Brasileiro do Estado da Paraíba- Nordeste do Brasil apresentam. De modo a auxiliar a produção de futuros trabalhos que visem a redução dos impactos antrópicos negativos, desenvolvendo técnicas de manejo e políticas que viabilizem a conscientização e a conservação ecológica, mantendo o fluxo dos serviços ecossistêmicos.