Resumo:
Este estudo objetivou avaliar o nível de conhecimento dos estudantes de duas escolas públicas do estado da Paraíba acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Realizou-se um estudo do tipo epidemiológico transversal, o qual foi desenvolvido nas Escolas Professora Maria José Costa de Albuquerque e Doutor Trajano Nóbrega. A amostra consistiu em 121 alunos dessas instituições, os quais se encontravam matriculados nos turnos matutino e vespertino. Os dados foram coletados nos meses de maio e de julho de 2022, durante um encontro presencial em cada escola, através da aplicação de um questionário semiestruturado. As informações foram organizadas através do Microsoft Excel, sendo analisadas, posteriormente, através do IBM SPSS. A análise estatística descritiva correspondeu ao cálculo das frequências, enquanto a análise estatística inferencial consistiu na execução do teste qui-quadrado, com um nível de significância de 5%. O estudo foi executado de acordo com as diretrizes da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), sendo submetido e aprovado previamente pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Os resultados indicaram que os participantes da pesquisa eram majoritariamente do sexo masculino (50,4%), pertencendo principalmente à faixa etária de 16 a 18 anos (50,4%). Percebeu-se que a maioria dos estudantes conhecia alguma dessas infecções (93,4%), sendo a Internet o principal meio em que se obteve informações sobre a temática (48,7%). Observou-se uma maior prevalência de menções à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)/síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) (n = 102), além de respostas satisfatórias acerca da transmissão e da prevenção das ISTs no geral. 56,2% dos estudantes revelaram já ter dado início às relações sexuais, enquanto 30,9% relataram “usar camisinha apenas às vezes”. Da parcela dos discentes que já possuíam vida sexual ativa, 63,2% obtiveram, na escola, informações acerca dos métodos de prevenção de ISTs e de gravidez. Na análise bivariada, o conhecimento acerca das ISTs (p = 0,004), o início das relações sexuais (p = 0,036) e o uso de preservativos (p = 0,036) foram associados ao sexo. Contudo, não houve associação estatisticamente significante entre a faixa etária e o início das relações sexuais (p = 0,104). A avaliação dos questionários indicou, no geral, um bom nível de conhecimento dos estudantes acerca das ISTs. Entretanto, essa percepção nem sempre esteve traduzida em comportamentos protetores, o que pôde ser verificado através dos relatos daqueles alunos que já possuíam uma vida sexual ativa. Ademais, percebeu-se que as menções acerca da infecção pelo HIV/AIDS se sobressaíram, o que evidencia que outras infecções precisam ganhar espaço em meio às estratégias educativas e às intervenções preventivas.
Descrição:
FAUSTO, Laysse Farias. Percepção dos estudantes de escolas públicas da Paraíba acerca das infecções sexualmente transmissíveis. 2022. 35 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2023.