Resumo:
Introdução: As doenças respiratórias são uma importante causa de morbidade e mortalidade no mundo, dentre elas, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é caracterizada por um quadro gripal associado a sintomas respiratórios mais graves, comumente causada por vírus influenza e outros agentes etiológicos, como o coronavírus. O Brasil, desde 2009, apresentava uma intensa circulação sazonal do vírus influenza A (H1N1), panorama esse duramente afetado em 2020, quando o primeiro caso da Coronavirus Disease – 2019 (COVID-19) foi confirmado no país. Nesse contexto, a vigilância em saúde e o acompanhamento de curvas epidêmicas apresentam extrema relevância acerca do monitoramento da demanda ambulatorial/hospitalar, bem como no controle de possíveis surtos da doença. Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico de pacientes diagnosticados com SRAG atendidos no Sistema Único de Saúde, de 2009 a 2021, considerando a ocorrência e o impacto da pandemia por influenza A (H1N1) e por COVID-19 em diferentes regiões e grupos populacionais no Brasil. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal, descritivo e retrospectivo, desenvolvido a partir de dados referentes à hospitalização e óbito por SRAG em território nacional, disponibilizados na Plataforma IVIS e OpenDataSUS. Os dados foram analisados descritivamente utilizando-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) ®, versão 23.0. Resultados: Identificou-se um número expressivo de notificações de SRAG nos períodos pandêmicos: 2009 (influenza A subtipo H1N1) e 2020-2021 (COVID-19). As regiões Sul e Sudeste, destacando os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram maior frequência de notificações da doença durante os anos estudados. O perfil epidemiológico do paciente diagnosticado com SRAG caracterizou-se como indivíduo branco, portador de fator de risco para doenças respiratórias e com baixa escolaridade. Em 2009, mulheres (54,4%) menores de 18 anos (41,3%) foram mais acometidas, enquanto em 2020-2021, o sexo masculino (54,3%) na faixa etária de 31-59 anos (39,7%) foi o mais prevalente. Houve aumento de hospitalizações e internações em UTI por SRAG em 2020 e 2021 quando comparado à 2009, das quais um terço evoluiu para óbito, sendo a COVID-19 responsável por maior parte dos diagnósticos. Conclusão: A presente pesquisa evidenciou uma análise detalhada do mapeamento e perfil epidemiológico da SRAG no Brasil, desenvolvendo, assim, uma ferramenta que pode viabilizar uma efetiva elaboração de políticas de assistência em saúde com melhor distribuição de recursos humanos e financeiros para o monitoramento e enfrentamento da doença.
Descrição:
CORDEIRO, Larissa Raquel Silva. Síndrome respiratória aguda grave: análise do perfil epidemiológico de pacientes atendidos no Sistema Único de Saúde brasileiro. 2022. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.