Resumo:
Introdução: Com a necessidade do distanciamento social, as plataformas online e
dispositivos eletrônicos ganharam mais força e espaço e permaneceram ainda mais
presente em vários momentos da vida cotidiana, do trabalho ao entretenimento, na
telemedicina ou no uso de redes sociais no decorrer do dia. Entretanto, tal presença
dos dispositivos pode levar a resultados nem sempre positivos aos usuários. Objetivo:
Realizar uma pesquisa online para abordar as mudanças observadas na qualidade de
vida em consequência da longa exposição aos dispositivos eletrônicos em decorrência
do surto de COVID-19. Materiais e métodos: Pesquisa do tipo observacional de
caráter exploratório com análise descritiva realizada com adultos que apresentaram
sintomas biopsicossociais causados pelo tempo de exposição às telas, de ambos os
sexos, acima de 18 anos de idade que responderam o formulário online disponível na
plataforma do Google, com perguntas sobre as características demográficas, tempo
de exposição às telas, plataformas utilizadas, tempo dedicado à outras tarefas,
dificuldade para manter o sono, sonolência durante o dia, horas e qualidade do sono,
desconfortos físicos, interesses no ensino a distância, entre outros fatores
relacionados à qualidade de vida. Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo CEP
da UEPB, sob o número do parecer: 54074521.3.0000.5187. Os dados obtidos foram
agrupados em planilha do Microsoft Excel® 2021 e os dados foram expostos em
frequência absoluta, porcentagem, média e desvio padrão. Resultados: A amostra foi
composta por 127 adultos, com prevalência do sexo feminino, compondo 78,7% da
amostra, com idades entre 15 e 68 anos, envolvendo mais de 25
profissões/ocupações, entre elas: estudantes, enfermeiros, fisioterapeutas,
professores, cirurgiões-dentistas, médicos, jornalistas e outros. Quanto aos sintomas
físicos mais relatados, encontramos: dores de cabeça (79,5 %), sintomas oculares
(45,7%), dores lombares (43,3%), dores cervicais (38,6%) e agitação (21,3%). Os
sintomas de ordem mental mais mencionados foram: ansiedade (81,1%), irritabilidade
(59,1%), tédio (58,3%), solidão (37,8%) e depressão (29,1%). E os sintomas de ordem
social foram diversos, que incluíam afastamento familiar, isolamento, falta de
comunicação e fuga da realidade, frustrações e baixa afetividade e empatia.
Considerações finais: O conhecimento dos sintomas por exposição às telas que
impactam a qualidade de vida dos indivíduos, faz com que seja possível conceber às
devidas orientações para a melhora da qualidade de vida considerando o contexto
ambiental e social em que se encontram. Além de educar em saúde no que concerne
ao uso adequado, regular e consciente das telas, bem como conhecer os riscos de
seu uso em excesso