"A vida é muito mais do que apenas sobreviver": representações acerca da problemática da morte da personagem Lexa em The 100

Abstract

A mídia exerce grande influência nas escolhas das imagens e dos comportamentos que moldam a sociedade. Esse dispositivo age na manutenção das normas de gênero, no exercício das sexualidades e estilos de vida, elevando esse campo de vivência ao discurso. Através das Representações Sociais, Moscovici explicitou como os saberes compartilhados socialmente permitem que os sujeitos processem conteúdos, incluindo os veiculados pela mídia, tornando informações impessoais e públicas, em valores, motivações que são assimilados e tomados para si. Isto posto, o presente trabalho objetivou analisar as repercussões que a morte da personagem Lexa da série de TV norte-americana The 100 causou nas representações da comunidade LGBTQIAP+ sobre o seu espaço na mídia. Foi realizado um estudo qualitativo, do tipo documental, em que foram analisados 6 artigos publicados em blogs/plataformas diversas sob a perspectiva da análise de conteúdo de Bardin. Assim foram criadas três categorias: a) Narrativas punitivas quando ocorre fuga da heteronormatividade; b) Os impactos da representatividade na realidade social; c) Da revolta à revolução: o afeto como potência transformadora. Diante disso podemos perceber que se reconhecer numa identidade midiática é importante, ao passo que auxilia na interpretação da realidade social, como também influi no senso de pertencimento e reconhecimento de si enquanto sujeito. A morte da personagem Lexa, causou grande comoção e mal-estar na comunidade de fãs, especialmente os LGBTQIAP+, ocasionando reflexões sobre a persistência da péssima representação midiática e sua falta de responsabilização nas narrativas. Esse contexto motivou a união dos fãs em ações em prol de futuras representações mais justas.