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O presente trabalho visa analisar criticamente a escrita poética da escritora Jeovânia Pinheiro do
Nascimento, (em artes, Jeovânia P.) considerando o fator de empoderamento que contribui para sua
escrita literária, tendo como foco a simbologia do cabelo afro contido em seus poemas. Para tanto,
apresentamos alguns dados sobre a vida e obra da autora, especificando os aspectos gerais e, de modo
posterior, desenvolveu-se a verticalização de leitura dos poemas selecionados. Do ponto de vista
metodológico, nossa investigação bibliográfica está embasada conforme indicam Paiva (2019) e Gil
(2002), em uma abordagem qualitativa de natureza bibliográfica, em Candido (2006), enfatizando o
processo analítico de leitura e interpretação de textos poéticos e em Sousa (2022), referente às suas
considerações inerentes à linguagem poética. No que tange aos aspectos teóricos, portou-se de Proença
Filho (2004), abordando a Literatura afro-brasileira; Souza e Alves (2012), destacando a relação entre
mulher na literatura; Gomes (2002), acerca da subjetividade negra a relação entre cabelo e corpo;
Gomes, Duque e Arrazola (2019), expondo o cabelo como símbolo de resistência racial; Ambrosio et
al (2022), acerca do cabelo afro como ato político; Hooks (2005), sobre os movimentos sociais e cabelo
black power; Heller (2013), destacando os elementos simbólicos no poema, dentre outros citados neste
trabalho. Na discussão vislumbra-se na poesia de Nascimento a imagem da mulher negra e o uso do
cabelo afro como símbolo de resistência e empoderamento político e social. Como resultados,
constatou-se ao tratar nos poemas “Mulher negra”, “Negra desde Menina” (Nascimento, 2019) e
“Cinderela Revolucionária” (Nascimento, 2022), abordando a mulher negra e o cabelo afro, que a autora
descreve essa mulher negra de forma emancipada e consciente de sua identidade. Nisso, ressalta a
atitude de resistência por meio do cabelo afro, como expressão poética, fomentada pela alteridade e o
empoderamento. As criações poéticas reafirmam o uso do cabelo afro de forma natural sendo ele
articulado socialmente pela negritude, como um ato político em romper com o padrão de beleza da
hegemonia branca. |
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