Resumo:
Introdução A COVID-19 é uma doença extremamente variável tanto em sintomatologia quanto em apresentação clínica. Os pacientes que experimentaram uma quantidade aumentada de sintomas frequentemente necessitam de atendimento e internação hospitalar e, consequentemente, atendimento fisioterapêutico. Objetivos Identificar as técnicas e recursos utilizados pela fisioterapia em pacientes internados por COVID-19 em um centro hospitalar na cidade de Campina Grande, PB. Metodologia Estudo do tipo observacional com análise retrospectiva dos prontuários. Realizada de forma híbrida com acesso aos prontuários disponíveis por meio virtual através da plataforma eCovid- Assistência em Infectologia criada pelo Laboratório de Computação Biomédica do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde - NUTES/UEPB e o restante no próprio hospital. Todos os dados foram armazenados na planilha do software Microsoft Excel® 2013, utilizamos testes de normalidade (Kolmogorov-Sminorv), testes de comparação de médias entre grupos/variáveis (testes paramétricos e/ou não paramétricos) e testes de correlação (chi-quadrado, Sperman e/ou Pearson). Para todas as estatísticas, inferencial e descritiva, foi utilizado o software GraphPad Prism 8.2 para Windows. Resultados Amostra composta por 48 indivíduos, maior frequência participantes do sexo masculino com média de idade de 64,2 ± 17,9 anos. A comorbidade mais prevalente nesse grupo foi a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). A dispneia foi o sintoma mais descrito na admissão hospitalar. As condutas fisioterapêuticas foram as seguintes: Posicionamento no leito (52,1%), exercícios respiratórios (39,6%), cinesioterapia (39,6%), treino de sedestação (27,1%), deambulação precoce (14,6%), manobras de higiene brônquica (14,6%), treinos de ortostatismo (10,4%) e treinos de transferência (6,3%). A presença de tosse mostrou associação significativa com a alta hospitalar (P=0,02); além disso uma maior proporção de pessoas do grupo que teve alta hospitalar não utilizou VMI (P<0.001). Associamos as técnicas e recursos mais utilizados aos desfechos obtidos pelos pacientes, observamos que uma menor proporção de pessoas não necessitou de terapia de remoção de secreção (TRS) e isso esteve associado ao desfecho de alta hospitalar (P=0,02); como também observado, a realização de cinesioterapia esteve associada à obtenção da alta hospitalar. Conclusão Verificamos que a tosse esteve associada com a alta hospitalar, visto que, a deflagração da tosse leva os indivíduos a procura precoce por atendimento. A necessidade do uso de VMI foi associada a uma maior mortalidade e a realização da cinesioterapia no leito esteve relacionada à obtenção da alta hospitalar. De maneira geral, foi possível perceber uma grande variedade nos atendimentos fisioterapêuticos visto a falta de um protocolo que guiasse a padronização do serviço o que acabou gerando uma heterogeneidade nas condutas. Apesar disso, também foi possível perceber a importância do fisioterapeuta no ambiente da terapia intensiva e no combate ao COVID-19.
Descrição:
FERREIRA, Ana Beatriz Nunes de Sousa. Técnicas e recursos realizados em pacientes com COVID-19 em uma unidade hospitalar da cidade de Campina Grande. 2022. 26f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Campina Grande, 2023.