Doenças tropicais negligenciadas no brasil: expansão e urbanização da leishmaniose visceral

Abstract

As leishmanioses são enfermidades ocasionadas por parasitos do gênero Leishmania, sendo transmitidos aos seres humanos por meio da picada do mosquito fêmea do gênero Lutzomyia, também conhecida como flebotomíneo. Conhecida popularmente como calazar, a leishmaniose visceral é uma doença de ampla distribuição mundial. Atualmente estima-se cerca de 300 mil novos casos por ano. As leishmanioses são consideradas doenças negligenciadas pela OMS, pois ocorrem entre as populações pobres da África, Ásia e América Latina, estando associadas a precárias condições de vida, pobreza e falta de acesso à saúde. O objetivo deste trabalho é estabelecer a prevalência da leishmaniose visceral no Brasil, entre os anos de 2018 a 2022. Esse é um estudo transversal, quantitativo, realizado com dados secundários obtidos através da coleta de amostras em bancos de dados em formato DBF (Data Base File) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), por meio das ferramentas TABWIN e TABNET. Foi realizado entre os meses de setembro de 2022 a agosto de 2023. Pode-se observar a evolução da leishmaniose visceral na região Nordeste onde a mesma permanece com mais de 50% da prevalência dos casos de leishmaniose do país, entre os anos de 2018 e 2022. Dentre os 26 estados brasileiros, aqueles com maiores destaques em relação à prevalência, tendo porcentagens entre 5,58% e 18,83% de casos de leishmaniose visceral são: MA, PA, CE, TO, PI, BA e MG. A leishmaniose visceral é a forma mais grave da doença e se mantém como uma doença negligenciada, principalmente no Nordeste brasileiro, com uma tendência preocupante de aumento da sua incidência. Faz-se necessária uma iniciativa para desenvolver novos estudos que abranjam todos os estados, a fim de identificar fatores condicionantes desse agravo, similaridades, diferenças e, finalmente, de se eliminar a transmissão da doença.