Resumo:
A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública, caracterizado por perda progressiva da função dos néfrons com consequente redução da capacidade de filtrar o sangue e manter a homeostase. A Taxa de Filtração Glomerular estimada (TFGe) é um parâmetro importante para se detectar a DRC precocemente e acompanhar a sua evolução. O presente estudo teve como objetivo avaliar a progressão da DRC em portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabete mellitus (DM). Tratou-se de um estudo observacional, longitudinal e descritivo, com abordagem quantitativa, realizado no período de julho de 2022 a outubro de 2023, sendo as análises comparativas da TFGe avaliadas em dois tempos: T1 (julho de 2022) e T2 (julho de 2023). Foram incluídos nesta pesquisa participantes hipertensos e/ou diabéticos com TFGe abaixo de 60 mL/min/m². As variáveis independentes corresponderam às características sociodemográficas, antropométricas e clínicas e os fatores de risco para DRC. Utilizou-se estatística descritiva, com apresentação de frequência simples, absolutas e percentuais para as variáveis categóricas e para a associação entre a TFG e as variáveis independentes, o teste de Wilcoxon, considerando 5% (p<0,05). Todas as análises foram realizadas com o auxílio do software Statistics. A amostra foi constituída por 17 pacientes e seis não apresentaram resultados favoráveis, sendo 5 (83,3%) deles mulheres, 3 (50,0%) na faixa etária de 70-79 anos, a maioria casados 4 (66,7%) e todos inativos. Na avaliação dos fatores de risco, um era (16,7%) era etilista, nenhum tabagista, 4 (66,7%) sedentários, 5 (83,3%) portadores de obesidade, 3 (50,0%) dislipidêmicos, 5 (83,3%) apresentavam HAS. Todos os pacientes eram diabéticos e 5 (83,3%) revelaram a HAS associada ao DM, apesar de dois (33,3%) serem polimedicados. Na correlação entre os fatores de risco e a TFGe no T2, todos apresentaram significância (p<0,05), com exceção a HAS isolada. Na avaliação dos aspectos clínicos e laboratoriais nos desfechos T1 e T2, foram significativos os resultados referentes as médias de ureia e creatinina (p= 0,00043 e 0,00418), respectivamente, dados que confirmaram a elevação da TFGe dos 11 pacientes, no T2 (p=0,00029). Na correlação dos fatores de risco para a DRC, com a TFGe nos desfechos T1 e T2, não houve resultados positivos com relação à Pressão Arterial Diastólica. Quanto aos pacientes que não obtiveram resultados positivos, pode-se associar a presença do DM, apesar de que os resultados responsáveis pelo aumento da TFGe em 11 pacientes tiveram grande influência também dos níveis de glicose p=0,0453. Por fim, na classificação da população geral (n=17) quanto ao estadiamento da DRC, 12 (70,5%) encontravam-se em redução moderada TFGe; 4 (23,52%) redução marcada pela TFGe; e 1 (5,9%) redução grave pela TFGe. Ficou evidenciado que o tratamento não farmacológico e as atividades desenvolvidas pela equipe multidisciplinar influenciaram do dia a dia do usuário incentivando os seus hábitos diários e consequentemente no autocuidado, impactando na redução dos fatores de risco modificáveis para a DRC.
Descrição:
AZEVEDO, Thaize Medeiros de. Avaliação da progressão da doença renal crônica: análise comparativa da taxa de filtração glomerular em pacientes hipertensos e diabéticos. 2023. 59f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2023.