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A adolescência é uma construção histórica, considerada um estágio do desenvolvimento complexo e multidimensional, abrangendo mudanças em vários aspectos da vida do ser humano. A adolescência, no curso do desenvolvimento, está entre a infância e a fase adulta, em que uma pressão social é vivenciada, por ser um atravessamento com desafios e responsabilidades para o desenvolvimento pessoal, podendo trazer implicações para a saúde mental, para o desempenho escolar, a socialização e relacionamentos de forma geral. O quadro atual de dados sobre a saúde mental de adolescentes reflete fortemente na instituição escolar, que é um ambiente que visa promover não apenas conhecimentos técnicos e teóricos curriculares, mas socialização, desenvolvimento pessoal e social, sentimento de pertencimento e bem-estar (Matos e Carvalhosa, 2001). Assim, diante de um quadro preocupante de saúde mental de adolescentes e de ser a escola um contexto em que essa questão se evidencia, o presente artigo objetiva apresentar os temas abordados em artigos científicos, nos últimos sete anos – de 2017 a 2023 -, sobre saúde mental de adolescentes de escolas públicas, em duas importantes bibliotecas virtuais. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica narrativa, proporcionando uma discussão mais ampliada. Para a realização desta pesquisa, foi feita uma busca no Portal de Periódicos da CAPES e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os seguintes descritores e operadores booleanos “Saúde Mental” AND “Escola Pública” AND “Adolescentes”, sendo filtrados somente artigos, no idioma português. Nos dois portais, foram encontrados um total de 85 artigos, e foram excluídos os textos repetidos, os que não se enquadravam na temática do estudo, além de monografias, dissertações e teses. Foram incluídos os artigos que abordavam de forma clara a saúde mental de adolescentes de escola pública, sendo selecionados 15 artigos. Foram encontradas sete categorias temáticas: panorama geral de saúde mental, sintomas de ansiedade e/ou depressão, bullying, suicídio, imagem corporal, pandemia e prevenção. Com isso, foi possível perceber que adolescentes de escolas públicas tiveram um maior percentual nos indicadores negativos de saúde mental; as meninas apresentam mais problemas relacionados a saúde mental do que os meninos; a qualidade das relações familiares e da cultura pode influenciar no bem-estar dos adolescentes; e a pandemia da Covid-19 trouxe vários prejuízos na saúde mental dos adolescentes escolares. Também ficou evidenciado que alunos de escola pública, quando comparados aos de escolas privadas, estão mais propensos a vivenciarem situações de bullying. Com este estudo, pôde-se concluir que ainda existem poucos artigos publicados sobre a saúde mental de adolescentes de escolas públicas nos últimos sete anos. Além disso, revelou a urgência de serviços de saúde mental na escola e de capacitação para os profissionais da educação, considerando os contextos de desigualdade social e de condições de vida e violação de direitos de famílias que têm seus filhos frequentando a escola pública brasileira. |
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