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Nesta pesquisa, investigamos o processo de constituição da construção que nem na Língua
Portuguesa e suas funções a partir de uma perspectiva funcionalista centrada no uso. Para
tanto, foi realizado um estudo sincrônico, analisando-se os aspectos funcionais dessa
construção nos dados de fala, de caráter dialogal, coletados do corpus CoLingPB, mais
especificamente, nos municípios: Monteiro, Congo e Serra Branca. Este estudo baseou-se nos
princípios da linguística funcional centrada no uso e na gramática de construções, a partir dos
postulados de Oliveira e Rosário (2015) e Neves (2012, 2006), assim como os pressupostos
teóricos da gramaticalização do “que nem”, presentes nos trabalhos de Cordeiro (2012),
Vieira e Sousa (2019), Thompson, Oliveira e Rodrigues (2012) e Dias (2011). Sob a
perspectiva quantitativa, evidenciamos que a forma que nem aparece com maior frequência
nas falas dos informantes da zona rural, assim, associamos esse resultado ao fato de os
informantes da zona rural possuírem um nível de escolaridade inferior aos da zona urbana.
Pela ótica qualitativa, foi possível verificar as funções que a construção que nem assumiu
dentro das ocorrências analisadas, sendo utilizada em estruturas comparativas, explicativas e
conformativas. Ademais, constatamos que a construção que nem sofreu o que chamamos de
processo de gramaticalização, adquirindo novas funções gramaticais e passando a integrar a
rede de conectivos. |
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