Resumo:
O Brasil é o 5° maior produtor têxtil do mundo, sendo o segundo setor que mais
emprega na indústria de transformação, tendo as atividades de confecção como a
principal atividade econômicas de várias regiões. A indústria têxtil é responsável pela
geração de efluentes, que podem causar impactos ambientais negativos. Para
mitigar esses impactos, é necessário tratar os efluentes têxteis antes de seu
descarte. A técnica de adsorção apresenta-se como alternativa eficiente e
econômica. Neste trabalho, foi estudada a viabilidade da casca de bucha vegetal
como bioadsorvente para a remoção de corantes. Inicialmente, as cascas foram
secas em estufa com circulação de ar a partir de um planejamento fatorial 2² com
duas repetições no ponto central. As variáveis de controle foram à temperatura de
secagem e a massa do material. A temperatura utilizada foi de 50, 60 e 70 0C e a
massa 100, 200 e 300g. Durante o ensaio de secagem observou-se o
monitoramento da perda de humidade em função do tempo, a partir destes dados
foram construídas as curvas de secagem. Em seguida, foram realizados os ensaios
de adsorção em banho finito com o produto obtido da secagem, nos ensaios de
adsorção foram utilizados dois efluentes sintéticos um contendo corante 61-vinho e
outro 15-natier. A partir destes dados foi realizado o estudo da cinética de adsorção.
A investigação da isoterma de equilíbrio foi realizado na melhor condição de
remoção de corante para ambos os corantes. Os resultados dos ensaios mostraram
da cinética de secagem mostraram que quanto maior a temperatura de secagem e
menor massa a taxa de secagem é mais elevada. Os dados obtidos foram avaliados
utilizando os modelos de Page e Newton. A partir destes observou-se que o modelo
de Page apresentou melhor ajuste aos dados experimentais de acordo com o teste
de Akaike. A farinha da casca da bucha apresentou eficiência de remoção média do
corante 61-vinho de 64% com melhor percentual de remoção de 69% e 70% para a
melhor remoção do corante 15-natier. Os resultados dos ensaios mostraram que o
modelo cinético de pseudo- segunda ordem apresentou melhor concordância com os
dados experimentais, apresentando um coeficiente de determinação em média de
0,99 e teste de Akaike com valores mais negativos e menores erros padrão. O que
supõe uma adsorção química. Os resultados mostraram que o modelo de isoterma
de Sips é o que melhor descreve o processo de adsorção do corante sobre a farinha
da casca da bucha, corroborando com o fenômeno de quimiossorção descrito pelo modelo cinético pseudo-segunda ordem. Desta forma, a farinha da casca da bucha
vegetal mostra-se promissora como bioadsorvente de efluentes contaminados com
corantes têxteis.
Descrição:
SILVA, Marcos Vinícius Gonçalves da. Secagem da casca da bucha vegetal (Luffa cylindrica) e aplicação como bioadsorvente para efluentes têxteis. 2023. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2023.