Fitossociologia de espécies vegetais exóticas em vegetação ciliar de reservatórios na bacia do Rio Paraíba-PB

Abstract

Espécies vegetais exóticas são aquelas que estão ocorrendo fora de sua área de cobertura original. A presença dessas espécies põe em risco toda a dinâmica ambiental podendo levar à extinção de espécies nativas, principalmente nas vegetações ciliares que são áreas de extrema importância para o ambiente aquático e terrestre. Elas protegem o corpo hídrico contra o assoreamento, mantém a qualidade hídrica, como também são consideradas áreas protegidas pela Lei n° 12.651/12, que as classificam como Áreas de Proteção Permanente (APPs). Este trabalho objetivou fazer uma análise da composição e estrutura das vegetações ciliares de seis reservatórios paraibanos, com o objetivo de entender a realidade em que esses reservatórios se encontram. Demarcaram-se 33 parcelas de 10 x 50 m e dentro delas foram considerados todos indivíduos vivos arbustivos-arbóreos com Diâmetro ao Nível do Solo ≥ 3cm e altura ≥ 1m e desconsideradas áreas que tivessem atividades antrópicas (agricultura, agropecuária, casas) ou pedras. Foram contabilizados 2611 indivíduos, onde 949 representavam indivíduos exóticos de seis espécies: Prosopis juliflora (Sw.) DC., Parkinsonia aculeata L., Euphorbia tirucalli L., Calotropis procera (Aiton) W.T. Aiton, Nicotiana glauca Graham e Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit. A espécie P. juliflora teve maior abundância com 882 indivíduos, seguida de P. aculeata. com 50 indivíduos, as demais espécies tiveram números baixos variando de três a seis indivíduos. O alto número de P. juliflora pode ser explicado pela sua utilidade para atividades humanas, como a extração de madeira, alimentação animal, além do seu alto poder de dispersão (zoocórico, hidrocórico e autocórico), o que contribui para o seu elevado número. As demais espécies tiveram ocorrência aleatória, mas não anula o risco de se tornarem invasoras nas vegetações ciliares. Dessa forma, o estudo observou que o contexto histórico de introdução e utilização de espécies exóticas contribuem para a presença dessas espécies nas matas ciliares, além da falta de controle na propagação dessas espécies por serem APPs, o desenvolvimento de atividades antrópicas nas proximidades dessas florestas contribui para a propagação dessas espécies.