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O Diabetes Mellitus é uma doença crônica resultante de defeitos na secreção do hormônio insulina e/ou de sua ação prejudicada no organismo. Esse déficit de insulina pode causar, a longo prazo, danos sistêmicos a numerosos órgãos do corpo e muitas complicações bucais como, por exemplo, a doença periodontal. O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a percepção dos endocrinologistas cadastrados e ativos no CRM-PB quanto à conduta adotada para o manejo clínico de pacientes com doença periodontal em rastreamento e tratamento para diabetes. Trata-se de um estudo transversal, no qual 47 endocrinologistas participaram por meio de formulário estruturado, baseado nas diretrizes conjuntas da Sociedade Brasileira de Periodontologia e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2022). Todas as análises foram conduzidas com o auxílio do software IBM SPSS Statistics versão 20.0 e as variáveis do estudo foram analisadas por meio do teste Qui-quadrado de Pearson (ou exato de Fisher), com nível de significância fixado em p<0,05. As variáveis consideradas relevantes para o desfecho Manejo Clínico Bucal Adequado foram avaliadas usando o algoritmo CHAID (Chi-squared Automatic Interaction Detector). Os resultados mostraram que 47 (56,6%) endocrinologistas participaram da pesquisa. A maioria tinha até 40 anos (55,3%), era do sexo feminino (91,5%) e tinha, no máximo, 10 anos de tempo de experiência (55,3%). Em relação ao conhecimento sobre a doença periodontal e sua relação com o diabetes, a maioria afirmou nunca ter suspeitado, por meio da anamnese, que um paciente diabético poderia estar com algum agravo bucal associado ao diabetes (83,0%); sabe o que é doença periodontal (97,9%), além de conhecer os principais sinais clínicos da doença periodontal (70,2%) e os fatores de risco comuns que envolvem diabetes e doença periodontal (76,6%). Além disso, 63,8% não incluem perguntas sobre saúde periodontal e visitas ao periodontista durante a anamnese, 63,8% não informam ao paciente diabético o maior risco de desenvolver ou agravar a periodontite e 70,2% não mantêm relação colaborativa com o periodontista. A partir da análise multivariada, por meio da Árvore de Decisão (CHAID), verificou-se ainda associação entre possuir manejo clínico bucal adequado endocrinologistas com faixa etária >40 anos e com conhecimento sobre os sinais clínicos da doença periodontal. Conclui-se, portanto, que o conhecimento sobre os principais sinais clínicos da doença periodontal, bem como sobre os fatores de risco comuns diabetes-doença periodontal, por parte dos endocrinologistas, é satisfatório. Entretanto, evidenciou-se uma lacuna existente entre o conhecimento teórico e a prática clínica da maioria desses profissionais, a qual ainda se distancia do que é preconizado pelas evidências científicas e diretrizes atuais. |
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