Resumo:
A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo SARS-CoV-2. Atualmente é reconhecida como uma doença epitelial com caráter de síndrome multissistêmica e ocasiona prejuízos ao indivíduo em diversas partes do corpo. A infecção por COVID-19 impactou a vida das mulheres no aspecto social, interpessoal e, sobretudo, individual, gerando repercussões e deterioração na função sexual feminina. O estudo teve o intuito de avaliar a alteração da função sexual em um grupo de mulheres infectadas pela COVID-19 durante o período de pandemia. Trata-se de um estudo de corte transversal, realizado com mulheres com confirmação de COVID-19. Foram incluídas na amostra 133 mulheres com idade entre 18 e 45 anos, que apresentaram o diagnóstico de infecção por SARS-CoV-2 confirmado através de testes diagnósticos. Os dados foram coletados por meio de um questionário online contendo informações a respeito do perfil sociodemográfico, aspectos relacionados à saúde de modo geral, aspectos oriundos do COVID-19 e vida sexual. Para avaliação da função sexual, o índice de função sexual feminina (FSFI) foi utilizado para avaliar a presença de disfunção sexual. Os resultados dessa pesquisa mostram que as mulheres apresentaram, em média, de três a seis sinais e sintomas da COVID-19 (45,1%), os quais variam desde a tosse, dispnéia, febre, dor de cabeça, perda de paladar e olfato, dor na garganta, dor muscular, diarreia e fadiga e que persistiram entre 7 e 14 dias (49,6%). A avaliação da função sexual do questionário FSFI demonstrou alteração em todos os seus domínios, sendo o domínio “excitação” o que apresentou menor média (2,87) e o domínio “satisfação” apresentou a maior média (3,94). Quanto ao comprometimento na função sexual foi encontrado, pelo escore total do FSFI, por 77,4% das mulheres a presença de disfunção sexual. O fato de ter vida sexual ativa quatro semanas anteriores à coleta de dados representou um fator de proteção para disfunção sexual. No qual quem possui a vida sexual ativa apresenta 85,5% mais chances de não ter disfunção sexual. Em sentido contrário, o fato de fazer uso de medicação representou um fator de risco para função sexual. O presente estudo demonstrou uma diminuição geral na pontuação do FSFI de mulheres com idade reprodutiva após a infecção pelo SARS-CoV-2, sinalizando uma diminuição na qualidade de vida sexual e presença de disfunção sexual. Ademais, houve um declínio significativo na função sexual dessas mulheres, pois os domínios desejo, excitação, lubrificação e orgasmo se deterioraram durante a pandemia, sendo o domínio “excitação” o que apresentou menor média.
Descrição:
VIEIRA, Taís Santos. Impactos da covid-19 na função sexual feminina. 2022. 23 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.