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O projeto de ter um filho envolve a expectativa de que a gestação culminará no nascimento do bebê. Contudo, malformações e intercorrências podem levar à morte do embrião ou feto, configurando um cenário de dor, permeado por diversas emoções. Apesar de frequente, a perda gestacional e o decorrente processo de luto perinatal ainda são assuntos que carecem de visibilidade social e reconhecimento, bem como atenção qualificada por parte dos profissionais de saúde. O presente artigo, portanto, visa relatar uma experiência de estágio em Psicologia, voltado às mulheres em situação de abortamento, no âmbito de uma instituição hospitalar pública da cidade de Campina Grande. Ao longo de quatro meses de estágio foram realizados, semanalmente, atendimentos nos leitos do setor “sala de parto”, a partir da proposta da Psicoterapia Breve de Apoio. Para fins de análise e discussão, foram selecionados quatro casos envolvendo casais que vivenciaram a experiência de perda gestacional por aborto espontâneo. Foi possível constatar o impacto emocional do aborto para esses casais pela interrupção dos planos de chegada do bebê, o que desencandeava sentimentos como tristeza, ansiedade e desamparo. A atuação direcionou-se à escuta atenta e livre de julgamentos aos pais, de forma conjunta, buscando compreender e validar os sentimentos. |
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