Resumo:
As práticas de parto no contexto brasileiro têm sido pauta importante nas discussões em
saúde pública nos últimos 30 anos devido à magnitude da mortalidade materna e neonatal
e ao uso indiscriminado de intervenções desnecessárias na assistência. O parto e o
nascimento, que eram vistos como um evento fisiológico e feminino, começam a ser
encarados como um evento médico e medicalizado, incluindo a noção do risco e da
patologia como regra, e não mais exceção. Neste modelo tecnocrático, a mulher deixou de
ser protagonista, cabendo ao médico a condução do processo, ocasiões repletas de
intervenções desnecessárias e atendimento não humanizado na assistência a parturiente
que acontecem as violências obstétricas. Logo este estudo objetivou identificar na
literatura científica as experiências vivenciadas por mulheres em relação ao parto. Tratase de um estudo de revisão integrativa, na qual foram analisados e selecionados estudos
publicados entre 2017 e 2021 nas bases de dados, LILACS, PUBMED, MEDLINE,
CAPEs, e nas bibliotecas SciELO e BVS. Por meio dos descritores “Violência obstétrica”
e “Parto” e utilizando o operador lógico booleano “AND”, houve o cruzamento, a seleção
e análises dos estudos ocorreram entre julho e novembro de 2022. Após uma análise
minuciosa seguindo os critérios de inclusão e exclusão, 12 estudos foram selecionados.
Todos os estudos analisados enfatizaram a violência obstétrica sofrida por mulheres nos
serviços de saúde e confirmaram a necessidade de discussões sobre a temática na literatura
e nos serviços de saúde como também a importância de informar e orientar as gestantes e
parturientes sobre a violência obstétrica. Em consideração a esse panorama, é
indispensável o reconhecimento que a problemática da violência obstétrica como um sério
entrave de saúde pública. Então é preciso o reconhecimento desse tema como prioridade
nas discussões e estudos, tendo em vista que a prática baseada em evidência é uma das
principais ferramentas para a mudança da assistência obstétrica.
Descrição:
COELHO, Celeste Carneiro dos Santos. Violências obstétricas vivenciadas por parturientes no parto: uma revisão de literatura. 2023. 31 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2022.