Resumo:
Este trabalho tem por objetivo investigar as origens do antissemitismo na antiguidade clássica, mais especificamente na cidade de Alexandria, no Delta do Nilo, através de uma pesquisa bibliográfica e documental, a fim de compreender como o ódio aos judeus foi disseminado através de uma escrita arbitrária e
unilateral por parte dos opressores romanos, gregos e egípcios helenizados, como o constante antissemitismo levou ao rompimento da identidade e pertencimento de um judeu chamado Tibério Júlio Alexandre, e como este se virou contra seu povo e destruiu a cidade sagrada de Jerusalém. Para tanto, foram usados autores
clássicos, como Fílon de Alexandria (séc. I d.C.), Flávio Josefo (séc. I d.C.), Hecateu de Abdera (séc. IV a.C.), Apion de Alexandria (séc. I d.C.) e Maneton (séc. III a.C.), assim como autores modernos, como Esteban N. Veghazi (1974), Ezra Y. Haddad (1972), Fátima Aguayo Hidalgo (2002) e Tatiana José Rodrigues
Faria (2010). Como aporte teórico, foram utilizados autores que tratam sobre conceitos de alteridade, como Emmanuel Lévinas (2002), pensadores que versam sobre memória e pertencimento, como Pierre Nora (1993), além de Canclini (1997), Michel Wieviorka (2012), Cuche (1999), Walter Benjamin (2013) e
Halbwachs (1925). O propósito do trabalho, portanto, é uma reflexão sobre como a autoridade da historiografia ajudou a perpetuar os mais antigos e nocivos mitos sobre a cultura judaica, que surgiram em tempos remotos, mas ainda sobrevivem no imaginário popular. Por conseguinte, a pesquisa é frutífera em concordar que,
através de uma autodeterminação, o povo judeu pode, depois de muito tempo, escrever a sua própria história e localizar o seu mundo.
Descrição:
SALES, M. G. N. O Antissemitismo na Alexandria helenística do primeiro século: Tibério Júlio Alexandre, o judeu que assediou Jerusalém. 2024. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2023.