A vida no cárcere: a história recente da cadeia pública de Queimadas

Abstract

Os corpos aprisionados e aqueles que disciplinam e organizam os espaços de punição e vigia, presentes nos espaços institucionalizados pelo estado com a função de cumprir as leis que regem e organizam a sociedade, que também produzem história, pois é pensando sobre essa minoria excluída da história que vislumbramos os caminhos “tortuosos” daqueles no qual detém poder. O objetivo deste trabalho é problematizar a vida no cárcere a partir do cotidiano prisional e administrativo da cadeia pública de Queimadas-PB entre os anos de 2010-2021 a partir das mudanças do cotidiano da prisão para pensarmos as transformações e modificações que ocorrem dentro do cárcere nesse período. Para esse estudo histórico, articularemos um diálogo com os estudos de Michel de Foucault (1987), as contribuições de Pollak (1992) sobre memória individual e coletiva e de Eclea Bósis (2007) pensando a relação da memória com a sociedade. Metodologicamente adentramos os arquivos da Cadeia Pública de Queimadas e fizemos análises de fotografias que surgem enquanto fonte histórica nessa pesquisa. Nossa pesquisa nos ajuda a pensar sobre a situação física e sistemática da cadeia, nos fazendo produzir uma serie de constatações sobre a falta de apoio do Estado e a desestruturação dos sistemas prisionais.