Terra das costureiras: descosturando e costurando independências das mulheres costureiras de Santa Cruz do Capibaribe

Abstract

Essa pesquisa se propõe a analisar as dificuldades encontradas pelas costureiras de Santa Cruz do Capibaribe em se identificar como sujeitas atuantes para além da condição de trabalhadora em tempo intermitente e aprisionadas ao lar, com sua independência velada, dada as condições que ainda se encontram no cotidiano da cidade, com suas rotinas de trabalho com horários desregulados, trabalhando em condições irregulares e insalubres, a baixo custo. Formulando o problema a partir da ideia do porque as costureiras ficaram presas em um personagem retido ao lar, como sua ascensão econômica não possibilitou a saída desse papel empregatício. O objetivo geral desta pesquisa, se empenha em examinar e compreender as dificuldades das costureiras em sua realidade, em uma perspectiva que se empenha em examinar como as mulheres costureiras, em sua grande maioria de uma classe social baixa, ficaram presas ao lar, como cuidadoras, e zeladoras do mesmo, além do seu status de costureiras em tempo indeterminado. Desse modo, perpassando pela perspectiva desde a pujança comercial do município, até as dificuldades da mulher frente a esse cenário de costureira e dona de casa em tempo integral. Foram utilizadas pesquisas bibliográficas e estudos de casos no ano de 2022, pontuando desde referências teóricas, utilizaram-se produções de mulheres que escreveram sobre o processo de criação dessa figura, da nova mulher, como descreve a Margareth Rago (1998), Michelle Perrot (2007), também pontuando a arquitetura dos gêneros até a construção desse novo imaginário da mulher, mediando suas vontades, desejos, roupagem, lugares, a diferenciação entre as mulheres e suas classes, como auxilio do estudo de caso foi desenvolvido através de questionários on-line, e pesquisa de campo, envolvendo costureiras e a população em geral do município e dirigentes de iniciativas de coletivos de costureiras, tendo como resultado a condição em que se encontra a mulher santa-cruzense em seu cotidiano de trabalho e qual perspectiva de futuro para o campo das mesmas.