A desconstrução da imagem criada para o mito político João Pessoa na Paraíba

Abstract

O artigo visa problematizar os acontecimentos que ocasionaram a Revolução de 1930, focalizando os usos políticos do passado e as memórias construídas nesse período por duas obras produzidas na segunda metade do século XX, a saber: Revolta e Revolução – cinquenta anos depois, de José Joffily; e Parahyba 1930 – a Verdade Omitida, de Flávio Eduardo Maroja. A partir da análise destes materiais e dos discursos que os atravessam, pode-se perseguir os significados políticos construídos para João Pessoa como personagem central no processo da Revolução de 1930 e os conflitos ocasionados posteriormente a partir da memória oficial que se construiu sobre o tema e as formas como isto se materializou no cotidiano do estado, desde o uso da bandeira simbolizando a Aliança Liberal e o nome da capital, bem como em outros aspectos. O trabalho mobiliza ferramentas da Nova História Política para pensar sobre o tema, problematizando como as memórias estimulam certos aspectos do passado histórico e solidificam versões mais ou menos inclusivas ou críticas sobre a experiência política da chegada da república no Brasil e na Paraíba, em particular.