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O presente trabalho tem o objetivo de argumentar em favor da hipótese que a ética
epicurista presente na Carta a Meneceu apresenta um hedonismo sereno ou pacífico
que pode ser aplicado na atualidade para promover uma boa vida às pessoas. Essa
hipótese está embasada nas passagens em que Epicuro aconselha seus seguidores
a levarem uma vida modesta e contemplativa entre amigos. Sabendo-se que o
epicurismo é uma corrente da Filosofia do Período Helenístico, uma de suas
características primordiais é ser um pensamento essencialmente ético, isto é, que foca
na conduta e nas ações humanas, visando a que o homem alcançasse o estado de
ataraxia e, com isso, a felicidade. Seus traços principais são o sensacionismo, o
atomismo e o semi-ateísmo, o que significa que Epicuro via nas sensações o critério
da verdade e do bem, que a matéria seria composta de átomos; ele não era ateu, mas
não acreditava que as divindades governassem o mundo ou se imiscuíssem em
assuntos humanos. Conhece-se Epicuro também como o “apóstolo da amizade”, o
“profeta do prazer” e o “filósofo da felicidade”. Sendo assim, ele via a amizade como
um sentimento primordial à vida, pois ela constitui um prazer imediato e favorece as
correções mútuas entre os amigos. Já o prazer autêntico seria um dos meios para se
alcançar o supremo bem, o bem último que dá significado à vida: a felicidade. O prazer
autêntico é o prazer derivado da satisfação, sem excessos, das necessidades
naturais. Além disso, é na Carta a Meneceu onde, entre outros elementos essenciais
para se alcançar a felicidade, está seu famoso tetrapharmakon, os quatro remédios
para se viver bem. Diante disso, pretende-se mostrar que esses “quatro remédios”,
entre outros conselhos de Epicuro, continuam perfeitamente aplicáveis na atualidade
e que são essenciais para se viver uma boa vida, baseada no hedonismo pacífico, ou
seja, o prazer oriundo de uma vida virtuosa e moderadamente ascética. |
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